terça-feira, 20 de julho de 2010

Loucos e Santos


Loucos e Santos

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Metáforas essenciais: 65 anos do Pequeno Príncipe




Metáforas essenciais: 65 anos do Pequeno Príncipe


“Se um dia viajarem pela África, se passarem pelo deserto, eu lhes peço que não tenham pressa e esperem um pouco bem debaixo da estrela! Se, de repente, um menino vem ao encontro de vocês, se ele ri, se tem cabelos dourados, se não responde quando é perguntado, adivinharão quem ele é”. É ele que muitos de nós já procuramos nos nossos dias e nas nossas noites desertas. Le Petit Prince, The Little Prince, El Principito, Der Kleine Prinz, o nosso tão querido Pequeno Príncipe. Uma das obras mais fantásticas da literatura francesa que se tornou mundial. As aquarelas tristes do pessimismo que vivemos na sociedade desertificada pela fome e pelas violações diárias fazem com que rememoremos os 65 anos desse escrito.

O autor, jornalista e piloto francês Antoine de Saint-Exupéry, certamente, não imaginaria que sua obra atingiria tão grande repercussão. Muito se discute ainda sobre a ficção e a autenticidade da história narrada. O autor morreu em uma missão como aviador, e reza a lenda de que suas últimas palavras antes da decolagem foram "E se eu voltar, o que hei de dizer aos homens? Se existiu ou não, pouco importa, o certo é que o Pequeno Príncipe traz uma mensagem que alenta razões e emoções.

Poderíamos ir fundo nas fontes, nas cores, nos sons que a obra nos manifesta. No entanto a simplicidade que ela se apresenta faz com que também sejamos simples ao falar desse escrito. Quem olha para o livro imagina uma interessante obra infantil. Quem folheia, percebe diálogos. Quem lê uma vez se encanta. Quem lê duas vezes se apaixona. E a cada leitura se apresenta a novidade. Uma lição. Uma emoção. Uma Filosofia de vida. O aparente livro infantil se transforma em uma obra de intensa reflexão. Uma obra de cuidado. Os enigmas e as metáforas nos calam.

Mais do que nunca o Pequeno Príncipe, depois de 65 anos, é atual. É livro da criançada. É obra da juventude. É escrito de famílias inteiras. Os questionamentos da obra continuam a intrigar. O que é essencial? O que é cativar? O que é cuidar da rosa? Por que o carneiro come as rosas? Para que servem os rituais? O que é dialogar com a raposa? O que significa ser responsável? Palavras simples e perplexas. Metáforas inquietantes.

Deixemo-nos tocar por esse sentimento. Bem mais que uma obra, o Pequeno Príncipe pode ser um jeito de viver e de se relacionar. Em épocas de trigais lembremo-nos do que ele nos disse: "O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo..." Deixemo-nos tocar por essa fantástica obra. Que a cada trigal sintamos o perfume e apreciemos as cores de um mundo onde “o essencial é invisível aos olhos”.

Por Maicon André Malacarne


sexta-feira, 2 de julho de 2010

STF livra Heraclito Fortes (DEM) da Lei Ficha Limpa


Heráclito Fortes (DEM-PI) consegue registrar sua candidatura, apesar da lei Ficha Limpa, por decisão do STF


Brasília, o1/07/2010 - Uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitirá que o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) possa fazer registro de sua candidatura para as próximas eleições. Gilmar Mendes concedeu efeito suspensivo a um recurso extraordinário do senador contra a decisão do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI) que condenou o parlamentar por "conduta lesiva ao patrimônio público".

Com essa decisão, segundo nota divulgada pelo STF, "ficam suspensos os efeitos da condenação imposta ao senador para efeitos da Lei Complementar 135", a chamada Lei da Ficha Limpa, até que a 2ª Turma do STF conclua o julgamento do recurso extraordinário apresentado pelo senador, que foi interrompido em novembro do ano passado por um pedido de vista do ministro Cezar Peluso, hoje presidente do STF. "Assim, não podem ser impostas a ele as condições de inelegibilidade previstas na nova legislação", afirmou a nota do STF.

A Lei da Ficha Limpa definiu que a condenação judicial por órgão colegiado torna inelegível o candidato, e, recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que a lei tem aplicação imediata, valendo para as eleições deste ano.

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