sábado, 28 de novembro de 2015

Sou militante. Defendo o povo e a democracia

Sou militante. Defendo o povo e a democracia.
Talvez a mídia, instrumento da classe dominante, saia vitoriosa nesse embate entre o golpismo e a verdade; talvez grande parte do povo se deixe convencer de que esse instrumento a serviço dos poderosos está combatendo um governo corrupto; talvez ela convença ao povo de que nos governos passados, antes do PT, não havia corrupção como agora; talvez convença aos que não suportam estudar e são despidos de lógica, de que o fato de existir tanta gente presa e tantos escândalos, corruptos e fraudes sendo descobertos, não é porque o governo do PT passou a investigar, ainda que isso atingisse alguns petistas; talvez não lembrem que o chefe dos promotores e procuradores, o Procurador Geral da República era vergonhosamente conhecido como engavetador geral da república justamente porque não mandava investigar nada, deixando na gaveta os indícios de corrupção; talvez nem saibam que no governo petista ficou decidido que o Presidente da República não escolheria um procurador como no passado, mas sim que seria empossado justamente o procurador mais votado em sua própria classe. Mas quando talvez descubram se torne tarde demais, descobrirão que foram enganados, que se deixaram enganar. Nesse momento, por exemplo, como vem de muito tempo, não estão deixando Dilma governar, não votaram o orçamento, como não votam nada que beneficie o povo. Quando não houver nem dinheiro para pagar salários aos funcionários, a mídia dirá: é culpa de Dilma! Eles acreditarão nos veículos da classe dominante e na oposição que serve a essa classe dominante. Mas eu continuarei lutando, eu e uma militância que pensa, que lê e que luta contra a classe dominante desde antes, muito antes que a maioria da população tivesse nascido. E me encontrarão sempre na trincheira em favor do povo. Ainda que no fim, lá só encontrem meu corpo.
Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2015.
Paulo da Vida Athos
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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Jazigo


 
 
 
 
 

Jazigo
 

 
 
 
 
 
 
Sou pedaços de mim
nessas lembranças de nós,
sou cacos do que fomos ontem
que vou tentando juntar
como quebra-cabeças em que tento montar
a imagem do que fomos,
e o perfume que exalamos
do o cheiro de nossa pele,
depois do amor.
 
Sou essa perdição no tempo,
esse desperdício de viver a loucura
da busca insana de um tempo
que já se foi e retorna
apenas em minhas lembranças,
como um delírio,
no qual acaricio e busco
no espelho da memória
os momentos em que fomos um.
 
Rasguei todos os versos
com que te vesti,
até aqueles que não escrevi
e, junto, os teus retratos,
as roupas que espalhastes em minha vida,
em minha sala,
e um a um catei todos os fios
de teus cabelos espalhados e meu caminho,

lançando-os ao vento.
 
Queimei os lençóis que usamos,
e tudo que guardava teu cheiro.
 
Apaguei teus rastros
dos caminhos que caminhamos juntos
como quem atira fora flores mortas,
troquei até as chaves das portas
que que te levavam a mim
na crença de que apagaria da pele
a memória da tua pele.
 
Inútil.
 
Basta chegar a noite e abrir a janela.
 
Teu cheiro entra por ela
junto à brisa e o perfume do jasmim,
trazendo tudo de volta.
 
Seria fácil
se apenas morresse o amor,
desde que ele não ficasse enterrado...
em mim.
 
 
(Paulo da Vida Athos)

domingo, 15 de novembro de 2015

A França não merece perdão

A França não merece perdão.


Em março de 2011 a França uniu-se aos Estados Unidos e ao Reino Unido para intervir na Síria que vivia um conflito doméstico. A este grupo também juntaram-se Israel e Arabia Saudita, que sempre apoiou o intervencionismo norte-americano na região.

De lá para cá esses históricos países imperialistas e colonizadores, me refiro aos EUA e aos europeus, apoiam grupos de mercenarios e terroristas contra o regime de Bashar Al-Assad.

Como resultado as armas fornecidas pelos países ocidentais caíram nas mãos de grupos que depois se voltaram não apenas contra os interesses de Assad, como também dos países da chamada coalizão, e nasceu o ISIS.

Em razão disso milhares de inocentes já morreram na Síria e esse monstro chamado Estado Islâmico, criado por essa prática intervencionista, tomou corpo.

Assim como ocorreu em outras intervenções, como no Irã, Afeganistão, Iraque, além de outros, alguns desses países foram destroçados, tiveram milhares de crianças, jovens e inocentes mortos.

Aviões ou drones da Coalizão despejaram e despejam toneladas de bombas que atingem áreas residenciais, escolas e hospitais, destruindo vidas e cidades inteiras, com a justificativa de sempre: são efeitos colaterais.

O mundo silencia, a mídia silencia.

O que aconteceu na França era previsível e esperado.

Mais de uma centena de inocentes morreram, como morreram, morrem e morrerão ainda, outros milhares de inocentes na Síria e outros países sob intervenção da Coalizão.

Portanto, prantear os inocentes franceses sem fazer o mesmo pelos inocentes mortos pelo terrorismo estatal francês, é ignorar antecedentes históricos.

O terrorismo de Estado da França tem aviões e armamentos sofisticados para assasssinarem criancas e inocentes em território Sírio e outros.

Lamento pelas milhares de vidas inocentes ceifadas pelas armas francesas.

Lamento pela mais de uma centena de vidas inocentes ceifadas no ataque a Paris, essa semana.

A França usa em seu terrorismo as armas que tem; seus inimigos usaram as armas que tinham.

A França é culpada. Historicamente culpada.



Não merece perdão.

sábado, 31 de outubro de 2015

Pobreza

Pobreza


Então é assim, 
arrasta-te feito correntes reverberando tuas 
lamentações
que vão batendo de porta em porta 
pela ruas da cidade,
a suplicar piedade,
a expor vergonhosamente tuas chagas
regadas por lágrimas que quase não mais tens.

Tornaste-te um farrapo, dizes, 
em nome do amor,
um amor inexprimível, fantástico, 
jamais sentido ou devotado,
quase humanamente impossível,
não fosse, tu mesmo, 
o decreto que afirma essa humanidade:
tolo, arrogante, presunçoso.

Não!  Nunca destes o sentimento mais bonito!
Nunca destes, nada!

Não tens o amor.
O amor nunca se dá.
Ele não é possuído
e se nega possuir.

O amor, é.
Não és o amor.
Muito menos é o amor a pessoa amada.

O amor está, 
ou pelo menos deveria estar,
em ti.

Mas, como estaria se nem por ti sentes amor?

Andas assim aos pedaços, 
a vender uma alegoria em cada porta,
a envergonhar o amor nas esquinas
de teu mundo interior,
em prática de estelionato.

Não amas!  
Não podes dar amor.

Não tens amor por ti
e ninguém pode dar o que não tem...


(Paulo da Vida Athos)






sábado, 10 de outubro de 2015

Reação da Classe Dominante contra a esquerdas da AL

(1) Paulo David - Reação da classe dominante contra a esquerda no...

Reação da classe dominante contra a esquerda no Brasil
Querida amiga, boa noite. Perdoe todos os erros ortográficos e outros absurdos, pois desisti de brigar com o corretor automático. Respondo assim de forma aberta, porque inbox me sentiria numa solitária falando nesse tema. Esse não é um jogo para bispos. É jogo de cardeais. Não faz parte dele o que comumente chamamos de elite, que engloba dos que ganham 15000 a 100000 reais por mês, embora esses valores estejam a uma distância abissal do baixo clero, do assalariado, da turma que ganha até 4 salários mínimos. No Brasil, 66% ganha menos de 2500 reais e se subirmos pouco mais, 3500 reais, atingimos 86% da população. Faço esse breve apanhado para introduzir um termo muito usado: elite. Isso que chamamos de elite, que engloba genericamente quem mora na zona sul (Leblon, Ipanema, São Conrado, etc.), essa turma que bate panela nas varandas de alguns prédios de luxo e outros nem tão luxuosos assim, essa turma é massa de manobra, não apita nada, não forma opinião, alias nem tem opinião. Fazem o jogo da classe que de fato está provocando, finalmente, depois de 2 décadas de derrota para as esquerdas, um cisma político. Ela é a que chamo de classe dominante. Gente como Jorge Paulo Lemann e seus sócios, que pode desembolsar 100 bilhões - não errei, falei bilhões - para comprar a a SABMiller. Pouco mais de uma centena dessa gente detém 15% do PIB. Lemann foi definido certa feita por uma revista como um “artista que ama comprar grandes negócios e odeia custos desnecessários em empresas, incluindo pessoas”. Ele encabeça nossos bilionários que fazem parte de nossa classe dominante, que tem nomes e sobrenomes conhecidos como Marinho, Salles, Sicupira, Diniz, e é essa gente que perdeu nas 2 últimas décadas aqui pelas bandas do sul das Américas. A classe dominante é transnacional. Um seletíssimo grupo. Esse grupo de empresários manda nos governos, tanto aqui quanto nos EUA, na Grã Bretanha, na Alemanha, no Nafta, na comunidade europeia, e a gente sabe que esses interesses econômicos dos blocos colidem com os interesses de blocos progressistas. Mercosul? Que audácia é essa??? Pronto. Chegaram ao ponto de ebulição. É a coisa é tão forte que não se importaram de sacrificar alguns de seus "sócios eventuais", de menor cacife, como os odebrecht da vida, para criar um clímax político que favorecesse um golpe fatal nas esquerdas. Corrupção, (falam como se fosse o ovo de Colombo), julgamentos forjados, tribunais vendidos, mídia martelando, criada então a tal crise econômica que na verdade é crise política, crise política provocada, que levará políticos para a cadeia, como já levou alguns, que nada mais são para a classe dominante que os elege, que funcionários descartáveis "e desnecessários", usando as palavras de Lemann. Tudo muito estudado, muito articulado, atingindo os 3 países mais importantes para a esquerda na América Latina nesse momento: Argentina, Brasil e Venezuela. Argentina vem sofrendo há mais tempo que nos, a Venezuela idem. Lembra do episódio em que Hugo Chaves foi sequestrado e retirado do solo venezuelano mas tiveram que voltar quando o povo lá foi para a rua? Lembra da luta de Cristina contra o Clarin? Não era contra o Clarin. Era e é contra essa classe dominante. E ela sempre quis derrubar o PT. Lula, um carcará difícil, saiu foi como herói. Merecidamente tem a admiração do povo. A crise mundial que começou com a tal "bolha imobiliária" teve start nos EUA. Atingiu a Europa. Quem perdeu? Os Estados nacionais e o povão de cada um. Quando alguém perde, alguém ganha. Ganhou os de sempre. Ganharam os grandes banqueiros da classe dominante, uma classe sem fronteiras e sem piedade. De uma classe que lucra com guerras que chacinam crianças podemos esperar o que mais? Então, minha amiga, então estamos perdidos? Não sei. Depende daquela gente sobre a qual a classe dominante tem menos ascendência: a classe mais pobre, os deserdados de sempre, aqueles cujos pratos são mais facilmente esvaziados pelas decisões da classe dominante. Daí o ódio contra as políticas sociais que a mídia chamava de bolsa-esmola e os joguetes usando a chamada elite, se achando também classe dominante, levada a fazer o papel ridiculo e insípido de bater panelas em suas varandas. Então, respondendo suas questões, não sei onde vai parar essa história; não se tem como calar a boca de quem tem controle sobre a mídia e fala todas as noites mentiras a mais de 90 milhões de pessoas, como fazem os jornais da rede Globo (exceto usarmos a www de forma intensa e inteligente, compartilhando mais do que curtindo, pois curtir apenas é uma grande bobagem que só perde para a bobagem de não compartilhar no seu prprio perfil para desmentir os reacionários, marionetes da classe dominante que não sabem pensar), pois compartilhar é a arma que temos contra a mídia tradicional; você diz que não viu nada igual, mas na verdade 64 foi mais ou menos essa mesma história, guardadas algumas peculiaridades de cada tempo; essas pessoas "com tantos processos em cima" deverão ser julgadas um dia, ou não, mas provavelmente não haverá como hoje um tribunal nem um julgamento político, espero; tudo isso é parte de um jogo pesado para retomarem a America Latina da influência progressista. Você fala em desânimo, e é isso que o jogo deles pretende que aconteça com o povo. Que o desânimo tome conta. Que faça cair no esquecimento as conquistas sociais. Que a populaçāo que ascendeu à classes econômicas superiores esqueçam que foi nesse governo progressista; que creia na mentira repetida até que se torne verdade; que grite contra o PT, contra Dilma, contra Lula e "essa turma de comunistas que deveria ter sido morta em 64". Nem podem mandar ir para Cuba, pois o papa já foi, Obama irá, etc. e tal. Mas o povo não pode desanimar. A última vez que isso aconteceu o Brasil mergulhou 20 anos na escuridão... O passo numero um é o povo unido e esclarecido; o passo número dois é a esquerda unida. Força, minha amiga. Creio em você. Creio no povo brasileiro. Creio na vitória da esquerda. Um beijo meu e de Luce, e todo o nosso carinho e apoio. (Paulo da Vida Athos)

terça-feira, 4 de agosto de 2015

A bomba do Riocentro, no Instituto Lula e na Democracia




A bomba do Riocentro, no Instituto Lula e na Democracia





A ignorância é terrível.

O desconhecimento da história associado à obtusidade tem efeito devastador. 

O curioso é que eleitores que estão apoiando a oposição orquestrada pela classe dominante não percebem, e isso nada mais é que estupidez, que o golpe não é contra Dilma, contra Lula ou contra o PT.

O golpe é contra a Democracia.

Democracia implica em direitos individuais e coletivos, implica em segurança pessoal, em poder de decisão sobre a vida, em ter liberdade para exercer esses direitos. Em liberdade para exercer a liberdade em sua plenitude, limitada ao direito do outro, dos outros, dentro de regras pré-estabelecidas pactuadas pelo poder constituinte, o nosso poder, condensado na Constituição da República.   

Para isso é preciso que existam sistemas garantidores desses direitos.  Não existem direitos individuais ou coletivos, sem quem os garanta, sem garantias.

Ao apoiarem um golpe contra a democracia estão legitimando a violação de regras democráticas que garantem, enquanto existirem e forem respeitadas, que amanhã não entrarão em suas casas, prenderão, torturarão ou matarão seus filhos e seus sonhos, e sairão sem dizer bom dia..

Se não existe democracia existe ausência de direitos.

Em 64 foi assim.

Acabou assim a fanfarra da mídia, tal como faz hoje, que depois foi censurada.

Acabou assim também o regozijo da classe média que embarcou no conto do vigário da classe dominante e só despertou quando começou a perder seus filhos, quando passou a ver o corpo de seus filhos mortos ou torturados, ou não mais viram...

Não assinem isso outra vez.

Ao contrário do que ocorreu em 64 o sangue de seus filhos correrá desde o início.

A bomba rudimentar que lançaram no Instituto Lula não tinha o poder da que explodiram no Riocentro, quando perceberam que a Democracia estava voltando.  Queriam impedi-la.


Agora, querem destruí-la.


Paulo da Vida Athos
Rio de Janeiro, 04/08/2015

sexta-feira, 5 de junho de 2015

A poesia...

A poesia é um espelho que cruzamos no corredor do tempo, que reflete nossa imagem interior, nossos sonhos e lembranças, até aqueles que nem foram vividos. A gente sempre se encontra em um poema. Mesmo que ele se resuma em uma frase...

segunda-feira, 13 de abril de 2015

A inteligência da Direita



A inteligência da Direita


Volta e meia recebo de algum amigo meu, de direita, um texto que rescende ressentimento e inconformismo contra a reeleição de Dilma ou contra o PT.  São palavras geralmente agressivas em textos de péssima qualidade, alardeando a corrupção petista, acusando a militância de petralha, quase sempre com pelo menos uma palavra obscena, fazendo analogia a golpe de estado ou aos golpistas de 64, ou pedindo de volta “o regime militar.”

Essas coisas me fazem lembrar alguns textos que leio que, com relação às conclusões, tenho minhas reservas, de que pessoas de esquerda são mais inteligentes do que pessoas de direita.

Sinceramente não vejo base científica nisso, ademais há que se descontar, por óbvio, o agregamento do autor aos ideais progressistas da esquerda.

No entanto, quando paro para dissecar a verborreia não tenho como impedir um certo acomodamento intelectual para a assentir com as conclusões apaixonadas, mas para mim sem validação científica,  mas até certo ponto aceitáveis, de que pelo menos não são dotados de lógica ou usam de má-fé.

Como alguém pode afirmar é contra o PT porque pensam no povo trabalhador, que são contra a corrupção, que o PT é corrupto e Dilma e Lula comandam uma quadrilha, e pérolas tão próprias desse naipe de gente, quando, por exemplo, são traídos por quem votaram e que votaram favoravelmente à terceirização do mercado de trabalho?  E que, mesmo sabendo disso, vão para as ruas aplaudir seus representantes que, em seu ponto de vista cego, deveriam estar governando a República.  Inteligência?

Pensam no povo? O PT é corrupto?  Dilma e Lula comandam uma quadrilha? Pó pará!

Deitar a verborreia numa folha de papel, ou na internet, deixando prova e rastro da verborragia, é coisa de gente burra mesmo, burra e que não tem vergonha de demonstrar isso.

Escrevem sem pensar.  Isso me lembra o maravilhoso texto “A arte de escrever para idiotas”, produzido pela filósofa Marcia Tiburi e por Rubens Casara, intelectual e magistrado no Rio de Janeiro, que define bem as relações entre os criadores desse tipo de texto e seus leitores. Não leu ainda?  Está na rede.  Recomendo, disseca bem o tema.

A burrice é tanta que não perceberam que estão fazendo o jogo da elite, são marionetes da elite.

A elite está vendendo seus postos de trabalho, e eles vão lá, para as ruas, em cada vez menor número (por sorte alguns tiram os antolhos), vociferar contra um governo eleito legitimamente para pedir seu impedimento. 

Isso não vai acontecer.  Mais fácil é algum deles ganhar o Nobel da paz.

A gente olha para a massa de manobra da elite e ouve seu discurso, e percebe que eles se sentem elite, se acham mesmo elite, se acham milionários como os Marinho, empresários como Abílio Dinis ou os Setúbal (esses são realmente inteligentes), se consideram deles igualha, e não atinam de que são apenas classe média, no máximo classe média alta, e que estão ali a serviço do capital mais selvagem, tangidos pelos lacaios daqueles, tipo Jabor, Diogo Mainard, Rodrigo Constantino, Reinaldo Azevedo, Rachel Sheherazade , William Bonner, Miriam Leitão, todos pagos regiamente, para fazer a cabeça de idiotas e, cá para nós, quem tem como mentor gente assim não pode ser classificado de inteligente, é pessoa de poucas luzes no mínimo, hão de concordar.

Essa gente que está nas ruas não pensa por conta própria.  Embora de classe média e média alta a maioria, estudou – alguns até sem muita dedicação, creio - tem razoável cultura, mas não tem lógica, não liga uma coisa na outra.

Estão legitimando uma maioria no congresso que está lá votando contra seus próprios interesses, bastaria isso para demover alguém com mediana capacidade de raciocínio.

Então a gente junta isso ao que de fato tem incomodado essa turma nos últimos 12 anos.  É insuportável para eles a realidade de que seus espaços privativos, onde faziam biquinhos na hora de ser fotografado, foi invadida por trabalhadores de verdade.

Logo, passaram a dizer que seus aeroportos foram tomados por “pobres”.  Pobre para eles é o assalariado e, via de consequência, como todo trabalhador é assalariado todo trabalhador é pobre e os incomoda. 

O que eles não conseguem ver: é que também são assalariados, e que, através das medidas que estão sendo aprovadas contra os trabalhadores, mais dia menos dia serão atingidos.  Pouca gente sabe, por exemplo, que grande número de bancários, e isso enquanto a terceirização nem foi aprovada ainda, já é terceirizado.

E o terceirizado, além de trabalhar mais ganha menos e tem menor número de direitos e garantias trabalhistas, vez que a terceirização, como essência primária, tem por objetivo minimizar o alcance das normas garantidoras da relação de trabalho contidas na CLT e dos direitos do trabalhador.

Quando aprovada a terceirização: hospitais, bancos, grandes empresas, escolas, universidades, redes de lojas e de supermercados, empresas de transportes, pequenos e grandes comércios, poderão ter relações com as terceirizadoras que venderão um produto antigo e lucrativo: o homem e sua mão de obra, para não terem grandes riscos na hora da demissão.

Ou seja: essa é a forma atual de exploração da mão de obra; e nela se inclui do auxiliar de limpeza ao médico.

Como considerar essa turma que foi para as ruas, inteligente?

Odeiam pobres, odeiam trabalhadores, mas esquecem de que são trabalhadores e que a tunda vai comer no couro deles também.

Odeiam saber que as empregadas domésticas agora tem direitos trabalhistas e que podem comprar o mesmo perfume que a patroa usa.

Já nem falo naqueles que pedem “o regime militar de volta”, porque isso é tão imbecilizado que atribuo aos doentes ou aos de má-fé.  Impossível que nos dias de hoje exista alguém que não saiba do que aconteceu naqueles dias.

É gente que não pensa; nem sei se é gente burra.  Mas cretina é, cretina e idiotizada. 

É gente preguiçosa que prefere que outros pensem por elas e vão repetindo que bolsa-família é “dar pão podre e estragado”, é iludir os realmente pobres, e coisas estapafúrdias como essas.  Não sabem que, como dizia Betinho, quem tem fome tem pressa.

Esse tipo de gente não tem esse problema de fome. Na pior das hipóteses, é só abaixar porque eles que tem o pescoço curto como sua inteligência, capim tem de sobra.

Mas não são burros!


Paulo da Vida Athos.


Rio de Janeiro, 13 de abril de 2015. 

segunda-feira, 23 de março de 2015

Primeira carta a Pedro


Querido Pedro,


Pensei muito, antes de poder começar a escrever esta carta.  Ia começar dizendo “Meu filho”, “Meu querido filho, “Meu menino”, e por aí a fora: meu, meu, meu, etc. ...meu.  Mas, vi que estava errado.  Errado porque você é de fato isso tudo: amado, querido, menino, mas... não é meu.

Não é meu porque sua vida, embora eu tenha mil preocupações como todo pai inseguro e mesmo o mais seguro dos pais, sua vida não me pertence e você pertence à vida, e essa é uma lei imutável que nenhum ser humano pode alterar.

Por isso comecei assim “querido Pedro” retirando o “meu”, porque embora o amor que sinto seja imenso, não poderei viver sua vida que vai se alongar no tempo, até depois, muito depois que a minha.  Essa mesma lei natural, e também imutável, irá apagar um dia de seus olhos minha imagem enquanto meu espírito cavalgará o vento na garupa de minha saudade.

Não posso querer que você seja uma projeção de mim, porque você é você e eu sou eu.  

Somos diferentes, porque as pessoas são diferentes e não existe no mundo duas pessoas iguais, porque a natureza em sua magia não cria duas obras iguais ao longo da eternidade.

Sei de suas dificuldades, que são mais ou menos as que passei na sua idade mas havia esquecido isso, e olhava você com meus olhos de adulto, que ficam sempre voltados para o passado, que nada mais é que um sonho, ao passo que os olhos de um menino olham para o futuro que é uma visão de esperança e de coisas bonitas que esperam para serem vividas.

Quando eu cobrava de você, mandando estudar, se dedicar à leitura, ralar (como se diz na gíria), eu estava na verdade cobrando a mim e não percebia isso.  Achava que seu fracasso seria o meu fracasso, quando na verdade só posso dividir com você sua dor e sua alegria, e era essa na verdade a essência de meu temor: não suportar meu próprio sofrimento que, como o vagão de um trem, viria atrelado ao seu.

Por causa disso não reparava que estava causando um sofrimento maior para você, e essa idade, a que você está vivendo, não é idade para se viver a dor.  

É a idade dos sonhos e das fantasias, da magia dos finais-de-semana, e de se odiar segunda-feira, alface, salada e dever de casa.

É a idade em que, sem começar uma longa caminhada, a gente joga bola, pinta e borda, gosta de sol e sal de mar, de Coca-Cola e sanduba derramando molho e mostarda pelo queixo, pela roupa e pelo chão.

É aquela fase de sonhar sonhos incríveis, em que somos o maior atleta, o super-homem, o mais bonito e charmoso de todos, e amado por aquela menina que consideramos a mais linda, ainda que sequer nos dê uma olhada.

Não é uma idade em que devamos saber das coisas que são feitas para adulto saber, tais como, preocupação, ansiedade, sofrimento, responsabilidade, compromisso, trabalho, e o único cansaço permitido é aquele que vem depois de um dia intensamente vivido com emoção e amor.

É a idade de cirandar em sonhos, de aprender brincando, de amadurecer lentamente como a uva na parreira ou como as flores que esperam pela primavera.

Nessa fase da vida só é proibida uma coisa: não ser feliz.

E eu descobri que, na minha ânsia de preparar seu amanhã (tarefa impossível), estava provocando sua infelicidade no hoje (estupidez total).  

É grande estupidez porque ninguém pode ser feliz no ontem nem no amanhã.  Só podemos viver a felicidade no hoje.

São 4:56 horas da manhã do dia 7 de setembro de 1996 (veja só, Dia da Pátria, dia da Independência do Brasil!), você está dormindo e estou aqui amando você através de cada letrinha que coloco nessa carta, enquanto fumo um cigarro e um ventinho frio e gotoso  passa pelas frestas da janela, balança a cortina e brinca com a fumaça que flutua no ar.

A vida não é um “bicho-de-sete-cabeças”, e você tem todo o tempo do mundo para descobrir isso. 

Não passar de ano, também não é nenhum fim do mundo.  Acontece e tem como única consequência fazer com que fiquemos mais tempo na escola e tenhamos que percorrer o mesmo caminho duas vezes.

Para que as pessoas gostem de nós, é simples: basta mostrarmos que também gostamos delas e as respeitamos.  

Existem palavras mágicas, que têm a mesma força de um sorriso e o poder de abrir qualquer porta (principalmente as portas do coração); entre elas: “muito obrigado”, “desculpe”, “com licença”, “por favor”, sim, senhor”, “sim, senhora”, entre algumas outras.  

Use-as, use-as com a moldura de seu sorriso, e... tudo vai ficar bem mais fácil!

Você não vai ficar de castigo por isso.  Acho que será um grande castigo ter que repetir o ano e fazer tudo de novo.  

Mas pode contar comigo, para estudar com você, quando quiser e, logicamente, quando eu não estiver estudando, já que meu trabalho é um estudo que não vai terminar nunca, enquanto eu estiver por aqui.

Pedro querido, embora não seja “meu”, é por mim amado, respeitado e dono de um terço de meus sonhos (os outros dois terços você sabe de quem são).  Mas essa porção não tem medidas nem instrumentos para que o homem possa mensurar.

Viva sem medo e com alegria no coração.  

A vida é uma grande e maravilhosa aventura e, com certeza, ela sabe que, ao seu lado, tudo fica muito mais bonito.

Desse pai que elegeu você como maior amigo,

Paulo.

Rio de Janeiro, 07 de setembro de 1996.

Às cinco horas e vinte e três minutos da manhã.”

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Derrubar Dilma? Nem com canhões!










Derrubar Dilma?
  Nem com canhões!








13 de março de 2015 estarei nas ruas pela Democracia e contra e golpismo.

Para incentivar o golpismo, a mídia bate na tecla de que milhões, bilhões, foram desviados por corruptos e corruptores, já identificados nas operações levadas a efeito pela polícia federal e pelo Ministério Público.  O que não esclarecem é que essas investigações foram feitas estão sendo feitas justamente no governo PT, com Lula e Dilma.

Ou seja: silenciam quanto ao fato de que antes, no governo do PSDB, com FHC e durante todo o passado, não se investigava ou, quando se investigava, não se denunciava à Justiça para punir os culpados.

E falam em golpe, que leva o nome de impeachment.

Pura cretinice!

Um bando de aproveitadores que desejam voltar a mamar nas tetas da viúva.  Perderam!  Perderam para o povo brasileiro!

Na verdade querem retirar do poder um governo eleito por mais de 54 milhões de pessoas.  Sou uma delas.

Minha gente, sem sangue não dá...

Governo legitimamente eleito pelo povo, no Brasil, depois de termos vivido uma ditadura de 21 anos: nem com canhões!

Colocarei minha camisa vermelha dia 13 de março e estarei nas ruas.

Se, no futuro, precisar usar mais que apenas uma camisa para evitar um golpe contra a democracia, como não esqueci o passado, serei um dos primeiros.

28/02/2015

domingo, 1 de fevereiro de 2015

A guerra perdida: 31 vítimas de bala perdida em 31 dias, no Rio de Janeiro.

A guerra perdida: 31 vítimas de bala perdida em 31 dias, no Rio de Janeiro.

O povo não se dá conta que 90% dos casos de balas perdidas, 31 casos apenas em janeiro aqui no Rio, é fruto de uma guerra estúpida e perdida contra o tráfico de entorpecentes; não percebe que o álcool e o cigarro são drogas regulamentadas que matam mais que todas as outras drogas proibidas juntas; não se dá conta que o que alimenta o tráfico é a ilegalidade; não atina para o fato de que a falta da regulamentação como ocorre com o tabaco e o álcool é que se tornou o grande problema.

Fuma e bebe quem quer mas se fizer besteira vai preso pela besteira que fez, se for crime, e não porque fumou ou bebeu já que isso é da livre vontade de cada um desde que não atrapalhe a vida dos outros: está ferrando apenas sua saúde e sua vida. Qualquer um tem direito a isso.

Ninguém para pra pensar que de 1920 a 1933, quando o álcool foi proibido nos EUA, a guerra foi lá. Morreu foi gente. Até aparecer um outro presidente que não era burro, fanático ou louco, e regulamentou de novo o uso do álcool.

Aqui, por causa dessa proibição que perdura – enquanto nos EUA as demais drogas estão paulatinamente sendo regulamentadas – apenas em janeiro desse ano 31 pessoas foram vítimas de balas perdidas. O que isso tem a ver com a proibição? Tudo! Basta tirar os antolhos que se vê...

Nem menciono as centenas que morreram por todo o Brasil, policiais, inocentes e criminosos, apenas em janeiro, por conta dessa guerra que já nasceu perdida.

Não sou contra a regulamentação. Não sou traficante.


Temos hoje um congresso mais conservador. Se o povo não pressionar pela regulamentação, vamos continuar morrendo e financiando os fuzis dessa guerra suja.

sábado, 3 de janeiro de 2015

Volver à esquerda

Volver à esquerda.

Dificilmente a mídia será regulada no Brasil. Os mais progressistas sabem da importância que isso tem.  Temos uma mídia que cumpre o papel de preservar o status quo que coloca de um lado aqueles 10 por cento mais ricos da população brasileira detêm mais de 75 por cento da riqueza do país, e de outro os 90 por cento que vivem com apenas 25 por cento que sobra dessa conta.

Não é de se estranhar que qualquer movimento político que vise diminuir esse abismo sofra imediatamente um linchamento midiático.  É uma ideologia. A ideologia de dividir para enfraquecer.

O povo foi e é o alvo primário, e, se fragilizado pela ausência de liderança firme e coesa, vira mesmo massa de manobra.  Como uma boiada em estouro.  Dividiram sim, e facilmente.

E essa estratégia, antes, minara o próprio PT a começar pela CNB que foi atropelada por não perceber que o princípio estava em andamento.

O PT começou a ruir, por dentro.  Não resistiu por esfacelamento.  A coesão deveria se formar tão logo os ataques criaram o que passaram a chamar de “mensalão” e continuou, e continua, com o que chamam de “petrolão", e não houve, como não há, como não houve, contenção para enfrentamento dialético capaz de demonstrar cabalmente que o discurso da corrupção era vazio em razão do próprio combate que a colocou visível.

A mídia da elite venceu ou foi a desunião de todos os partidos progressistas que forjou a derrota?

Os mais fundamentalistas, tal como os que sofrem de ligeireza de espírito, dirão: -“Mas, que derrota se vencemos as eleições?!!!

Sabe de nada, inocente...

É ingenuidade, portanto, imaginar que voluntariamente a mídia vá cumprir o papel que deveria, de informar.  Para isso as concessões públicas são – ou deveriam ser – direcionadas.

Da mesma forma é ingenuidade pensar que o Congresso Nacional vá votar, para regular a mídia.

Quando se fala em financiamento público de campanha substituindo o atual sistema de financiamento que é público-privado, é para impedir que aqueles dez por cento continue elegendo, através do financiamento privado, os políticos que irão votar justamente em questões que envolve diretamente os interesses dessa minoria bilionária.

Compram o Congresso Nacional, elegendo com o financiamento privado os deputados federais e senadores que votarão contra a regulação da mídia, e contra a reforma política que poderia mudar isso implantando o financiamento apenas público, e contra a taxação das grandes fortunas que impediria o saque aos direitos dos trabalhadores como ocorreu agora com as alterações feitas na CLT e no sistema previdenciário.

Espero pelo menos que o governo do PT cumpra as promessas de investimento maciço na educação, a democratização da internete – única forma de fornecer à população informação efetiva – sem descontinuar os demais programas sociais e de investimento que vinham tocando.

Por outro lado, os partidos efetivamente de esquerda, os sindicatos dos trabalhadores e movimentos sociais, precisam participar de forma mais eficaz e coesa na oposição aos atos de governo que firam ou diminuam direitos do povo e dos trabalhadores, e apoiar de forma também efetiva os projetos que visem justamente à área social como um todo.

Sem trazer para o campo das decisões o Partido da Causa Operária (PCO), a Unidade Vermelha, algumas correntes do PSOL, como a Insurgência, ou do PT como os Movimentos Populares, a Articulação de Esquerda e a Militância Socialista, o Partido Comunista Revolucionário (PCR), o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), a Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST), o Movimento Esquerda Socialista (MES) e a Liberdade, Socialismo e Revolução (LSR), que ficaram alijados nesses 12 anos, que guardam muito do que o PT foi em suas raízes, vai ser difícil não entregar para a direita o poder em 2018.  Mesmo com Lula.

Tem que gastar sola e alma.

Esse exercício não se faz em gabinetes, mas em reuniões, em grupos de discussões, em seminários, em comícios, nas ruas e faculdades, nas praças e no chão das fábricas, nos trens e nas estações, nas escolas e universidades, nos guetos e nas esquinas, nas rádios comunitárias e nas redes, esclarecendo e motivando a grande massa popular das periferias e das comunidades, porque o povo está é nas ruas, não nos salões e galerias.


Foi isso que, governando e governado, o PT esqueceu de fazer.


Paulo da Vida Athos

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