domingo, 17 de junho de 2012

Poeta-deus






Ontem meus sonhos peregrinos
circulavam em montanhas desconhecidas
de distantes galáxias.

Felicidade era, antes,
o resumo do sonhar, que do sentir,
e eu sentia apenas os efeitos
da própria sensibilidade criadora
que existe na alma do poeta.

Musa, não havia.

Auto inspiradora e egoísta,
a poesia nascia de si para si,
tal como um deus egoísta
que nada mais desejasse
que seu próprio existir.

Andei assim,
durante muitos séculos.

Em almas hospitaleiras,
ou hostis,
deixei um pouco de meu ser
e conduzi comigo,
também,
o lastro de cada uma delas.

Fui nuvem e carvalho,
fui rio indômito e impetuoso,
fui rochedo agreste e inacessível.

Escrevi meu nome
em muitos céus,
em troncos de árvores
e em alguns corações.
Hoje,
ainda vejo algumas letras
informes
nas nuvens que passam,
em seres que passam,
no tempo que sobra.

Vejo alguns troncos marcados.

Mas os rostos e os corações,
não mais existem.

Foram como o perfume que se perde na brisa.

Deslocaram-se por outras estradas
de outros mundos
por onde não mais desejo passar!

Permiti que levassem os sonhos,
para poder cirandar com as palavras.

Egoístas decisões de deus poeta...


(Paulo da Vida Athos)

(

Comissão da Verdade. O "outro lado" a ser investigado...








O "outro lado" a ser investigado...





E tem gente que ainda fala que a Comissão da Verdade deveria investigar "dois lados".  

Mas que "outro lado" seria esse? 

Quem resistiu e foi preso, foi torturado ou  morto; ou ambos.  Quem não foi preso, é porque foi exilado ou se auto exilou do Brasil e da vida.  

AH!, talvez esse “outro lado” seja os donos da mídia e os empresários que apoiaram o golpe e o regime militar.  

Tá aí; concordo! Existe um “outro lado” a ser investigado...

(Paulo da Vida Athos)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Cópula contra os Povos

Enquanto isso, na grande oca branca da Rio+20, governantes e/ou seus representantes organizam-se para a cópula contra os povos...

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Prece Profana












Prece profana







Mari que é Luce,
e é cheia de graça,
o amor é convosco!

Bendito são seus olhos,
entre todos do mundo,
e bendita é a paz,
que do nosso amor me vem,
em luz!

Santa ternura
dos sonhos meus,
apagai em mim meus temores,
agora
e na hora de nosso amor,
também...


Paulo da Vida Athos

sexta-feira, 1 de junho de 2012

31 anos preso sem ter cometido crime algum foi solto no Parana


Mutirão em hospital psiquiátrico descobre sentenças indevidas



Brasília, 31/05/2012 - Joacir Alves da Cruz tinha apenas 21 anos quando foi internado no Complexo Médico de Pinhais, em Curitiba – único local do estado do Paraná que abriga presos com problemas mentais. Há duas semanas, prestes a completar 57 anos, Joacir conseguiu sua liberdade após seu caso ter sido revisto durante uma inspeção do mutirão de medidas de segurança do Projeto Justiça no Bairro Carcerário. Foram 36 anos, 5 meses e 9 dias de cárcere por tentativa de homicídio e roubo. “Se tivesse sido condenado por esses crimes, ele teria pego no máximo 10 anos; o que ocorre é desumano; uma sentença eterna”, avalia o juiz Moacir Antônio Dala Costa, da II Vara de Execuções Penais de Curitiba, que pela segunda vez implementou o mutirão no hospital psiquiátrico de Pinhais, seguindo o exemplo dos mutirões de medidas de segurança iniciados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Ocorrido nos dias 10 e 11 de maio, o mutirão descobriu outros casos de internação com tempo indevido. Dos 431 casos avaliados, 108 não precisavam continuar internados e foram encaminhados para outras instituições ou voltaram para casa. “Descobrimos 46 internos com alvará de soltura, um deles datava de 2005”, revelou o juiz. No mutirão, foram descobertos casos de internos cumprindo medida de segurança, há mais de 20 anos, por furto de barras de chocolate e invasão de domicílio. Foi o caso de Francisco Celestino, internado em maio de 1981 – na época com 23 anos. Na sentença que o trancafiou, o juiz afirmava que embora que não ficasse comprovado nenhum ilícito penal, aplicaria medida de segurança nele presumindo sua periculosidade.

“Ele ficou internado 31 anos sem ter praticado nenhum crime junto com matadores em série, psicopatas, estupradores. E os hospitais psiquiátricos se destinam a esses casos efetivamente perigosos, que representam de fato um risco à sociedade”, explicou o juiz da I VEP, Eduardo Lino Bueno Fagundes Junior, que também participou do mutirão.

Mutirões antimanicomiais – “O mutirão tem uma importância fundamental na realização da Justiça. A maioria das pessoas internadas nos hospitais psiquiátricos são extremamente pobres e, assim como os presos comuns, são tratados de forma omissa pelo Estado. É preciso haver residências terapêuticas para acolher essa gente que muitas vezes não pode mais voltar pra casa, mas também não merece a prisão”, afirmou o juiz auxiliar do CNJ Luciano Losekann, coordenador dos mutirões carcerários e de medidas de segurança promovidos pelo Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (DMF) do CNJ.

Em 2010, o CNJ realizou o Projeto Eficiência na II VEP, auxiliando a vara na organização dos processos, a partir dali os servidores se entusiasmaram e iniciaram os mutirões que já encaminharam para tratamento psiquiátrico em liberdade centenas de internos. O objetivo do mutirão é manter no Complexo apenas os pacientes submetidos a medidas de segurança por ilícitos penais graves e considerados perigosos. Para isso, estão sendo feitos convênios com clínicas particulares para receberem os pacientes.

Até o final de julho, a Secretaria de Ação Social do Paraná deverá encaminhar 50 internos que não possuem mais vínculos com a família para uma clínica psiquiátrica localizada no interior do estado. A medida foi tomada após convênio do governo com as secretarias de Ação Social, de Justiça e de Saúde; a previsão é que o estado pague à clínica R$1.200 por mês por interno. Nos hospitais, o custo de um interno é mais alto; R$ 2.500/mês para o estado. Outros 46 foram entregues aos seus familiares e outros 12 restantes – beneficiários da Previdência Social – foram encaminhados para instituições para receberem tratamento psiquiátrico.

Corcel – Em 2011, o CNJ recomendou aos tribunais que nos casos de penas envolvendo pessoas com problemas de saúde mental sempre que possível elas possam ser cumpridas em meio aberto. A Recomendação nº 35 está em concordância com os princípios da Lei nº 10.216, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

Questionado pelos juízes que participaram do mutirão sobre seu maior desejo, Joacir comentou que era “comprar um Corcel”, automóvel que parou de ser fabricado ainda na década de 80. Antes de deixar a instituição – onde entrou em 1975 – Joacir se disse animado em voltar após “os dois anos de reclusão; agora, estou com 23 anos”, disse ele, revelando ter perdido a noção de tempo decorrido. “É uma vergonha para nós, sociedade organizada perceber que o tratamento para essas pessoas muito pouco mudou. Temos de repensar a situação dos pacientes psiquiátricos e fazer algo verdadeiramente humano por eles”, lamentou o juiz do CNJ.


Regina Bandeira
Agência CNJ de Notícias

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