quinta-feira, 28 de abril de 2011

1746 Central de Atendimento: um serviço que é um presente para o Rio!













1746RIO




Colocado a disposição da população da Cidade do Rio de Janeiro, hoje tomei conhecimento de um dos mais importantes e efetivos serviços que a Prefeitura dispos para a população.

Trata-se não apenas de um site, mas um site especial onde todos podem buscar os serviços mais importantes e informações online sobre a Cidade maravilhosa.

Seja através do seite cujo endereço é http://www.1746.rio.gov.br/, seja através do seu telefone.

Para quem tem aparelhos IPHONE, existe APP do serviço no Itunes. Para os usuários do ANDROID, o mesmo se dá no Android Market.

Agora é usar.

AH!, e conferir o atendimento.

Se der certo: será maravilhoso para todos que moram ou transitam pela Cidade Maravilhosa!

Parabéns, Sr. Prefeito!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Comissão Nacional de Arbitragem e CBF continuam prejudicando o Botafogo e o futebol carioca



Nota do Botafogo de Futeb
ol e Regatas


Botafogo de Futebol e Regatas (BOTAFOGO) vem a público manifestar perplexidade com o conteúdo da nota publicada nesta segunda-feira no site oficial da Associação Nacional de Árbitros de Futebol (ANAF). O texto, escrito de forma grosseira, repleto de informações inverídicas e sequer assinado por algum membro da associação, reflete o despreparo absoluto das autoridades que representam a arbitragem brasileira.


A diretoria do BOTAFOGO entende que o fato de divulgar uma Nota Oficial questionando a atuação e contribuição do presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, na capacitação de árbitros no país e sua responsabilidade neste processo, é uma forma de abrir a discussão de um problema que aflige a maioria dos clubes que disputam as principais competições do futebol brasileiro, e é tema central na evolução do esporte no país.


O que o BOTAFOGO não entende é que, ao tomar tal atitude, a ANAF se sinta no direito de expor e discutir questões que competem somente ao BOTAFOGO, sua diretoria, seus funcionários e seus torcedores. O Clube considera grave o fato de a ANAF, instituição importante no cenário esportivo, desconhecer por completo que o BOTAFOGO é concessionário do Estádio Olímpico João Havelange por pelo menos mais 36 anos, por ter vencido licitação pública como único candidato capaz de fazê-lo.


Consideramos no mínimo inadequado a ANAF defender membros de seu quadro de árbitros citando outros erros cometidos na mesma partida.


Da mesma forma, lamentamos a postura da ANAF em utilizar o episódio de violência ocorrido no aeroporto do Rio de Janeiro como maneira de agredir o BOTAFOGO, demonstrando total falta de respeito aos jogadores e suas respectivas famílias.


O BOTAFOGO considera muito grave o tom ameaçador da ANAF quando esta anuncia que “vai acompanhar e divulgar cada (clube) que emitir notas oficiais pueris com o objetivo de desviar seus próprios problemas”.


Segundo seu site oficial, a ANAF é uma instituição fundada em 25 de outubro de 1997 com o objetivo de representar os árbitros de futebol brasileiros em todos os âmbitos, dando condições a seus associados de exercer suas atividades dentro e fora de campo com tranquilidade, segurança e respaldo provenientes de um trabalho que alia preparo físico a cursos, pal

estras e treinamentos e o BOTAFOGO entende que sua atuação deve se ater a este objetivo.


O BOTAFOGO é um clube centenário e sua história gloriosa contribuiu significativamente na construção e consolidação do Brasil como país do futebol. O Clube foi eleito pela FIFA um dos 12 maiores do século XX e ostenta a honra de ser a entidade que mais cedeu jogadores às seleções brasileiras em todas as edições da Copa do Mundo.


A diretoria do Botafogo FR tem a exata noção de que“os árbitros são falíveis”, da mesma forma que não espera “a perfeição divina” dos mesmos em suas funções, entretanto reitera a necessidade de mudanças na coordenação da Comissão Nacional de Arbitragem.


Conselho Diretor


Botafogo de Futebol e Regatas


Rio, 25 de abril de 2011


Nota do BLOG: e a Torcida Alvinegra assina junto!

sábado, 23 de abril de 2011

Oração a São Jorge


ORAÇÃO PARA SÃO JORGE.




Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge, para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua Santa e Divina Graça.

Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições; e Deus, com a sua Divina Misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, e que debaixo das patas de seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós.

Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.

São Jorge: rogai por nós.





Amém...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O ladrão da Babilônia / The Burglar Of Babylon


O ladrão da Babilônia


Elizabeth Bishop

(tradução de Paulo Henriques Britto)


Nos morros verdes do Rio
Há uma mancha a se espalhar:
São os pobres que vêm pro Rio
E não têm como voltar.

São milhares, são milhões,
São aves de arribação,
Que constróem ninhos frágeis
De madeira e papelão.

Parecem tão leves que um sopro
Os faria desabar
Porém grudam feito líquens
Sempre a se multiplicar,

Pois cada vez vem mais gente.
Tem o morro da Macumba,
Tem o morro da Galinha,
E o morro da Catacumba;

Tem o morro do Querosene,
O Esqueleto, o do Noronha,
Tem o morro do Pasmado
E o morro da Babilônia.

Micuçú era ladrão,
Assassino, salafrário.
Tinha fugido três vezes
Da pior penitenciária.

Dizem que nunca estuprava,
Mas matou uns quatro ou mais.
Da última vez que escapou
Feriu dois policiais.

Disseram: "Ele vai atrás da tia,
Que criou o sem-vergonha.
Ela tem uma birosca
No morro da Babilônia".

E foi mesmo lá na tia,
Beber e se despedir:
"Eu tenho que me mandar,
Os home tão vindo aí.

Eu peguei noventa anos,
Nem quero viver tudo isso!
Só quero noventa minutos,
Uma cerveja e um chouriço.

"Brigado por tudo, tia,
A senhora foi muito legal.
Vou tentar fugir dos home,
Mas sei que eu vou me dar mal".

Encontrou uma mulata
Logo na primeira esquina.
"Se tu contar que me viu
Tu vai morrer, viu, menina?"

Lá no alto tem caverna,
Tem esconderijo bom,
Tem um forte abandonado
Do tempo de Villegaignon.

Micuçú olhava o mar
E o céu, liso como um muro.
Viu um navio se afastando,
Virando um pontinho escuro,

Uma mosca na parede,
Até desaparecer
Por detrás do horizonte.
E pensou: "Eu vou morrer".

Ouvia berro de cabra,
Ouvia choro de bebê,
Via pipa rabeando,
E pensava: "Eu vou morrer".

Urubu voou bem baixo,
Micuçú gritou: "Péra aí",
Acenando com o braço,
"Que eu ainda não morri!"

Veio helicóptero do Exército
Bem atrás do urubu.
Lá dentro ele viu dois homens
Que não viram Micuçú.

Logo depois começou
Uma barulheira medonha.
Eram os soldados subindo
O morro da Babilônia

Das janelas dos barracos,
As crianças espiavam.
Nas biroscas, os fregueses
Bebiam pinga e xingavam.

Mas os soldados tinham medo
Do terrível meliante.
Um deles, num acesso de pânico,
Metralhou o comandante.

Três dos tiras acertaram
Os outros tiraram fino.
O soldado ficou histérico:
Chorava feito um menino.

O oficial deu suas ordens,
Virou pro lado, suspirou,
Entregou a alma a Deus
E os filhos ao governador.

Buscaram depressa um padre,
Que lhe deu a extrema-unção.
– Ele era de Pernambuco,
O mais moço de onze irmãos.

Queriam parar a busca,
Mas o Exército não quis.
E os soldados continuaram
A procurar o infeliz.

Os ricos, nos apartamentos,
Sem a menor cerimônia,
Apontavam seus binóculos
Pro morro da Babilônia.

Depois, à noite no mato,
Micuçú ficou de vigília,
De ouvido atento, olhando
Pro farol lá longe, na ilha,

Que olhava pra ele também,
Depois dessa noite de insônia
Estava com frio e com fome,
No morro da Babilônia.

O sol nasceu amarelo,
Feio feito um ovo cru.
Aquele sol desgraçado
Era o fim de Micuçú.

Ele via as praias brancas,
Os banhistas bem dormidos,
Com barracas e toalhas.
Mas ele era um foragido.

A praia era um formigueiro:
Toda a areia fervilhava,
E as pessoas dentro d'água
Eram cocos que boiavam.

Micuçú ouviu o pregão
Do vendedor de barraca,
E o homem do amendoim
Rodando sua matraca.

Mulheres que iam à feira
Paravam um pouco na esquina
Pra conversar com as vizinhas,
E às vezes olhavam pra cima.

Os ricos, com seus binóculos,
Voltaram às janelas abertas.
Uns subiam nos telhados
Para assistir mais de perto.

Um soldado – ainda era cedo,
Oito horas, oito e dez –
Fez mira no Micuçú
E errou pela última vez.

Micuçú ouvia o soldado
Ofegando, esbaforido,
Tentou se embrenhar no mato:
Levou uma bala no ouvido.

Ouviu um bebê chorando
E sua vista escureceu.
Um vira-lata latiu.
Então Micuçú morreu.

Tinha um revólver Taurus
E mais as roupas do corpo,
Com dois contos no bolso.
Foi tudo que acharam com o morto.

A polícia e a população
Respiraram aliviadas.
Porém na birosca a tia
Chorava desesperada.

"Eu criei ele direito,
Com carinho, com amor.
Mas não sei, desde pequeno
Micuçú nunca prestou.

"Eu e a irmã dava dinheiro,
Nunca faltou nada, não.
Por que foi que esse menino
Cismou de virar ladrão?

"Eu criei ele direito,
Mesmo aqui, nessa favela".
No balcão os homens bebiam,
Sérios, sem olhar pra ela.

Mas já fora da birosca
Comentou um dos fregueses:
"Ele era um ladrão de merda.
Foi pego mais de seis vezes".

Hoje está chovendo fino
E estão de volta os soldados,
Com fuzis metralhadoras
E capacetes molhados.

Vieram dar mais uma batida,
Só que é outro criminoso.
Mas o pobre Micuçú –
Dizem – era mais perigoso.

Nos morros verdes do Rio
Há uma mancha a se espalhar:
São os pobres que vêm pro Rio
E não têm como voltar.

Tem o morro do Querosene,
O Esqueleto, o do Noronha,
Tem o morro do Pasmado
E o morro da Babilônia.


The Burglar Of Babylon
Elizabeth Bishop


On the fair green hills of Rio
There grows a fearful stain:
The poor who come to Rio
And can't go home again.


On the hills a million people,
A million sparrows, nest,
Like a confused migration
That's had to light and rest,


Building its nests, or houses,
Out of nothing at all, or air.
You'd think a breath would end them,
They perch so lightly there.


But they cling and spread like lichen,
And people come and come.
There's one hill called the Chicken,
And one called Catacomb;


There's the hill of Kerosene,
And the hill of Skeleton,
The hill of Astonishment,
And the hill of Babylon.


Micuçú was a burglar and killer,
An enemy of society.
He had escaped three times
From the worst penitentiary.


They don't know how many he murdered
(Though they say he never raped),
And he wounded two policemen
This last time he escaped.


They said, "He'll go to his auntie,
Who raised him like a son.
She has a little drink shop
On the hill of Babylon."


He did go straight to his auntie,
And he drank a final beer.
He told her, "The soldiers are coming,
And I've got to disappear."


"Ninety years they gave me.
Who wants to live that long?
I'll settle for ninety hours,
On the hill of Babylon.


"Don't tell anyone you saw me.
I'll run as long as I can.
You were good to me, and I love you,
But I'm a doomed man."


Going out, he met a mulata
Carrying water on her head.
"If you say you saw me, daughter,
You're as good as dead."


There are caves up there, and hideouts,
And an old fort, falling down.
They used to watch for Frenchmen
From the hill of Babylon.


Below him was the ocean.
It reached far up the sky,
Flat as a wall, and on it
Were freighters passing by,


Or climbing the wall, and climbing
Till each looked like a fly,
And then fell over and vanished;
And he knew he was going to die.


He could hear the goats baa-baa-ing.
He could hear the babies cry;
Fluttering kites strained upward;
And he knew he was going to die.


A buzzard flapped so near him
He could see its naked neck.
He waved his arms and shouted,
"Not yet, my son, not yet!"


An Army helicopter
Came nosing around and in.
He could see two men inside it,
but they never spotted him.


The soldiers were all over,
On all sides of the hill,
And right against the skyline
A row of them, small and still.


Children peeked out of windows,
And men in the drink shop swore,
And spat a little cachaça
At the light cracks in the floor.


But the soldiers were nervous, even
with tommy guns in hand,
And one of them, in a panic,
Shot the officer in command.


He hit him in three places;
The other shots went wild.
The soldier had hysterics
And sobbed like a little child.


The dying man said, "Finish
The job we came here for."
he committed his soul to God
And his sons to the Governor.


They ran and got a priest,
And he died in hope of Heaven
--A man from Pernambuco,
The youngest of eleven.


They wanted to stop the search,
but the Army said, "No, go on,"
So the soldiers swarmed again
Up the hill of Babylon.


Rich people in apartments
Watched through binoculars
As long as the daylight lasted.
And all night, under the stars,


Micuçú hid in the grasses
Or sat in a little tree,
Listening for sounds, and staring
At the lighthouse out at sea.


And the lighthouse stared back at him,
til finally it was dawn.
He was soaked with dew, and hungry,
On the hill of Babylon.


The yellow sun was ugly,
Like a raw egg on a plate--
Slick from the sea. He cursed it,
For he knew it sealed his fate.


He saw the long white beaches
And people going to swim,
With towels and beach umbrellas,
But the soldiers were after him.


Far, far below, the people
Were little colored spots,
And the heads of those in swimming
Were floating coconuts.


He heard the peanut vendor
Go peep-peep on his whistle,
And the man that sells umbrellas
Swinging his watchman's rattle.


Women with market baskets
Stood on the corners and talked,
Then went on their way to market,
Gazing up as they walked.


The rich with their binoculars
Were back again, and many
Were standing on the rooftops,
Among TV antennae.


It was early, eight or eight-thirty.
He saw a soldier climb,
Looking right at him. He fired,
And missed for the last time.


He could hear the soldier panting,
Though he never got very near.
Micuçú dashed for shelter.
But he got it, behind the ear.


He heard the babies crying
Far, far away in his head,
And the mongrels barking and barking.
Then Micuçú was dead.


He had a Taurus revolver,
And just the clothes he had on,
With two contos in the pockets,
On the hill of Babylon.


The police and the populace
Heaved a sigh of relief,
But behind the counter his auntie
Wiped her eyes in grief.


"We have always been respected.
My shop is honest and clean.
I loved him, but from a baby
Micuçú was mean.


"We have always been respected.
His sister has a job.
Both of us gave him money.
Why did he have to rob?


"I raised him to be honest,
Even here, in Babylon slum."
The customers had another,
Looking serious and glum.


But one of them said to another,
When he got outside the door,
"He wasn't much of a burglar,
He got caught six times--or more."


This morning the little soldiers
are on Babylon hill again;
Their gun barrels and helmets
Shine in a gentle rain.


Micuçú is buried already.
They're after another two,
But they say they aren't as dangerous
As the poor Micuçú.


On the green hills of Rio
There grows a fearful stain:
The poor who come to Rio
And can't go home again.


There's the hill of Kerosene,
And the hill of the Skeleton,
The hill of Astonishment,
And the hill of Babylon.



Fonte: O Jardim Alheio, do poeta
J. Alexandre Sartorelli

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Marcelo Freixo ameaçado mais uma vez pelas milícias do Rio de Janeiro



Milícia que atua em bairros e favelas do Rio é acusada ameaçar autoridades


Marcelo Freixo presidiu a CPI das Milícias, na Assembleia Legislativa do Rio.


A milícia, que atua em quatro bairros e 13 favelas da Zona Norte do Rio também, é acusada de fazer ameaças a autoridades de segurança e do Legislativo no Rio. De acordo com a polícia, o grupo que explora negócios como a venda clandestina de gás e máquinas caça-niqueis, fez ameaças contra a vida do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que presidiu a CPI das Milícias, na Assembleia Legislativa do Rio. O mesmo bando também é acusado de fazer ameças a chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha. Batizada com o nome de Operação Blecaute, a ação para desarticular o bando conta com 80 homens da Polícia Civil.

Por Marcos Nunes

Fonte: Extra

Foto: Marcos Tristão / O Globo

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Exaltação e propaganda da Ditadura Militar na Rede Globo (1975)


A TV na Ditadura Militar


A Ditadura Militar (1964 – 1985) foi um dos mais marcantes e tristes períodos da História do Brasil. É evidente que os meios de comunicação, sobretudo a TV, tiveram um papel preponderante para que o golpe de 31 de março de 1964 ocorresse, e se mantivesse por 20 anos, até o ainda recente 1985. “Ainda recente”, porque o Brasil é uma democracia jovem.


À época, estavam no ar as Redes Tupi – que sairia do ar em 1980 – e a Excelsior – que teve o mesmo destino dez anos antes –, Record e Cultura, que estão no ar até hoje. A Rede Globo, até hoje acusada de ter financiado e dado espaço à ditadura, entrou no ar em abril de 1965.


Com exceção da segunda, todas as outras emissoras ajudaram o regime. A família Simonsen, proprietária da Excelsior tinha ligações com João Goulart, o Jango, presidente deposto pelo Regime Militar, bem como com outros opositores. O governo cassou concessões de linhas aéreas da empresa Panair, então a maior do Brasil. Perseguida, saiu do ar definitivamente em outubro de 1970. Durante os 21 anos de ditadura, era preciso “dançar conforme a música”. Caso contrário, quem pleiteasse um canal, não o ganharia. E quem tivesse uma concessão, perderia.


A Globo é um caso à parte. Cinco anos após entrar no ar, já em 1970, era líder absoluta de audiência. A emissora dos Marinho conquistou o espaço deixado pela Excelsior, além de ter recebido a quantia de US$ 5 milhões do Grupo Time Life, para a compra de equipamentos novos, e modernos para a época.


De acordo com o livro Muito Além do Jardim Botânico, de Carlos Eduardo Lins da Silva, um dos grandes responsáveis pela liderança de audiência da Globo foi Walter Clark, que entre outras coisas, criou o chamado ‘sanduíche’ na programação, onde entre duas novelas, já na época o estilo de programa mais popular, deveria haver um jornal, neste caso o Jornal Nacional, que entrou no ar em 1º de setembro de 1969. Para garantir o Ibope, a novela das 19h tinha um estilo bem leve, quase cômico, e o das 20h, dramático. Estratégia perfeita, e que se mantém até hoje.


Também foram contratados nomes como Abelardo Barbosa, o Chacrinha e Dercy Gonçalves para atrair rapidamente a audiência do público. Silvio Santos – que já estava no ar desde 1962 na TV Paulista, comprada pela Rede – foi mantido no ar aos domingos.


Para Clark, não bastava ser líder de audiência. Era preciso criar o hábito de assistir a Globo. Coincidentemente, o JN estreou no período de maior endurecimento do Regime Militar, em 1969. O Ministério das Comunicações foi criado neste mesmo ano. O que interessava à ditadura era a chamada “Integração Nacional”. O JN foi o primeiro transmitido em rede. O tom formal e frio, com informações que interessavam diretamente ao regime, deu ao jornal o apelido de “porta-voz da ditadura”. Uma declaração do então presidente Emílio Garrastazu Médici – campeão do poder do regime sobre a sociedade – deu o tom do que era o JN.


“Sinto-me feliz, todas as noites, quando ligo a TV para ler o jornal. Enquanto as notícias dão conta de greves, agitações, atentados e conflitos, em várias partes do mundo, o Brasil marcha em paz, rumo ao desenvolvimento. É como se eu tomasse um tranqüilizante, após um dia de trabalho.”


Fonte: Na telinha


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