segunda-feira, 4 de abril de 2011

Ministério Público pede a prisão de policiais suspeitos de tortura no Rio



Documento foi encaminhado à Justiça nesta segunda-feira (4).


Prisão temporária visa garantir que indiciados estejam à disposição da justiça.



Ministério Público do Estado do Rio (MPE) pediu nesta segunda-feira (4) a prisão temporária dos cinco policiais civis suspeitos de praticar atos de tortura na 10ª DP (Botafogo), contra um funcionário de ferro-velho

De acordo com o pedido do MP, a prisão temporária visa permitir que a autoridade policial consiga coletar informações e garantir que os envolvidos estejam à disposição da Justiça. Segundo a promotoria, por causa de ausência de flagrante e de provas definitivas, não há como pedir a prisão preventiva dos envolvidos.

O documento diz ainda que a providência é necessária porque “os indiciados são perigosos e suas condutas são altamente reprováveis, afetando a própria estrutura social e a tranqüilidade da comunidade local, até por serem agentes do Estado com o poder/dever de proteger a população".

Afastados


Cinco policiais da 10ª DP (Botafogo), suspeitos de tortura a um funcionário de um ferro-velho, foram afastados dos cargos, na tarde de sexta-feira (1º). A chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha, decidiu também transferir da unidade o delegado José Pires Lage.

O delegado Rodrigo Oliveira assume como titular da 10ª DP, no lugar de Pires Lage, que será transferido para a Delegacia Supervisora. Segundo a Polícia Civil, embora não haja notícia da participação do delegado na suposta tortura, Martha Rocha entendeu que houve falha de gestão na delegacia.

A denúncia aconteceu na semana passada, quando o funcionário afirmou que sofreu agressões físicas para confessar que o chefe fazia parte de uma quadrilha de roubo de carros em Botafogo, na Zona Sul do Rio.

Seis policiais são investigados por envolvimento na tortura. Os cinco policiais foram reconhecidos por foto. A vítima afirma ainda que três agentes fizeram as agressões.

Como foi

Após denunciar ter sido vítima de tortura dentro da 10ª DP, a suposta vítima afirmou, na quinta-feira (31), que foi agredido pelos policiais durante, pelo menos, três horas numa sala. Segundo o rapaz, que é funcionário de um ferro-velho na Região dos Lagos, policiais queriam forçá-lo a dizer que o dono do estabelecimento comercial tinha envolvimento com assaltantes de carros que agiam em Botafogo e foram presos. Ainda segundo a vítima, eles usaram métodos violentos.

“Me agrediram, me bateram, socos na barriga, tapa na cara, dois batendo na minha cara. Aí chegou um policial e mandou eu tirar a roupa: 'tira a roupa, fica pelado!'. O policial foi em cima do armário e pegou o alicate e foi no meu pênis e pegou e apertou, aí eu comecei a gritar”, contou.

Penas variam de dois a oito anos de prisão

De acordo com a Corregedoria da Polícia Civil, as penas para o crime de tortura variam entre dois e oito anos de prisão. A chefe de polícia afirmou que toda vez que houver esse tipo de comportamento de policiais civis, ela recomendará que se trabalhe com eficiência.

“Eu quero deixar muito claro a nossa transparência e o nosso compromisso de agir de acordo com a lei. Nós seremos sempre eficientes, rápidos e transparentes”, disse Martha Rocha.

Fonte G1

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