Palocci e a verborragia da velha mídia
Por João Márcio Dias.
Mais uma vez a imprensa se dedica exclusivamente a atacar um membro da alta cúpula do Governo Federal. Confesso que estou bastante surpreso com isso. Demorou mais do que eu esperava.
Achei que se aproveitariam da novidade Dilma e logo "achariam" algo para tentar desmoralizar a sua gestão. Até esqueceram de toda a movimentação pela retirada da Ministra da Cultura Ana de Hollanda face ao novo circo pela desmoralização de Antônio Palocci.
A movimentação para a queda de Antonio Palocci se dá devido ao enriquecimento do atual ministro da Casa Civil durante o governo Lula, face a sua empresa de consultoria econômica. Tudo é ao mesmo tempo acusador e auto-explicativo. Porém, é muito mais vantajoso a imprensa golpista insinuar e especular do que dar as cartas.
Vamos relembrar quem é Antonio Palocci historicamente: Eleito em 1988 como Vereador de Ribeirão Preto, dois anos depois foi eleito Deputado Estadual. Em seguida foi eleito Prefeito de Ribeirão Preto e criou um programa que aumentou o índice de leitura em quase 5 vezes, com a inauguração de oitenta bibliotecas em quatro anos. Em 1995 recebeu reconhecimento da UNICEF pela defesa do direitos das crianças e adolescentes. Em 1996 recebeu o Prêmio Juscelino Kubitschek pelo trabalho de apoio a pequenas e micro-empresas. Em seguida recebe o prêmio do Sebrae sobre o mesmo feito. Em 1998 foi eleito deputado federal e dois anos depois foi reeleito prefeito de Ribeirão Preto, licenciando-se em 2002 para coordenar a campanha presidencial de Lula. Vence a eleição com Luiz Inácio e assume a equipe de transição do Governo FHC para o Governo Lula. Com a posse do presidente petista, torna-se Ministro da Fazenda, cargo que administrou brilhantemente até março de 2006, sendo substituído por Guido Mantega. Após sua passagem no Ministério da Fazenda, foi eleito novamente Deputado Federal. Coordenou a campanha eleitoral de Dilma Rousseff e hoje é Ministro Chefe da Casa Civil. Palocci nunca perdeu uma eleição. Em suma: Palocci tem um currículo invejavel.
Não seria justo um homem com um currículo tão extenso receber por trabalhos desempenhados? Nossa constituição em momento algum proíbe que políticos do legislativo tenham empresas de consultoria financeira (algo que Palocci entende muito bem). Outros ex-ministros e presidentes do Banco Central seguiram o rumo empresarial de Antonio Palocci como Pedro Malan, Armínio Fraga e Henrique Meirelles, todos da Era FHC. Por que então tais ações desses nomes de prestígio também não são investigados? Por que não interessa a mídia golpista. Não obstante em forçar uma ideia de inflação galopante (aproveitando-se da nova geração que não acompanhou os anos de Cruzeiro, Cruzado, Cruzado Novo, Cruzeiro Real...), agora o único objetivo é insinuar que Antonio Palocci enriqueceu indevidamente enquanto Deputado Federal.
Segundo outro ex-ministro da fazenda durante o Governo Sarney, Mailson da Nóbrega, o preço de mercado por uma única consultoria pode ser de até 800 mil reais. A sua empresa de consultoria financeira fatura hoje R$ 15 milhões. E convenhamos que Maílson da Nobrega não é hoje alguém tão em evidência quanto Antônio Palocci nos últimos dez anos e não tem um currículo tão forte (não menosprezando sua carreira, absolutamente). A verdade é que a Folha decidiu não apurar e apenas acusar. Juízes já decidiram que não há o que investigar enquanto não existir uma prova cabal de seu envolvimento com qualquer esquema corruptivo.Para quem não sabe, a Folha de São Paulo é aquele jornal que fez um lindo editorial pró-homofobia em pleno dia da Luta Mundial contra a Homofobia, apoiou o Não ao desarmamento e, quando estouram tragédias como de Realengo, culpam o governo por nunca terem desarmado a população. Também é o jornal que compara aleitamento materno com masturbação em locais públicos. Um ótimo veículo de comunicação, diga-se de passagem.
Toda essa imprensa ardilosa tentou hoje emplacar fotos associando Antonio Palocci a Presidenta Dilma. Basta se dedicar a dois minutos frente a bancas de jornais e você observará que todas as capas colocam Dilma como sombra de Palocci. Estratégia antiga. Fizeram isso com Lula em 2002 e 2006. O que a Folha de São Paulo / Revista Veja / Globo não curtem muito abordar é a questão do caseiro. A mídia esquece de lembrar que quando Palocci foi acusado de quebra de sigilo de Francenildo, o processo foi arquivado pelo STF, uma vez que tal ato não é considerado um crime. Pois bem, não obstante esse golpe sofrido (e esse assunto nunca mais tocado, nem para inocentar Palocci das acusações), a mídia decidiu esconder que ela hoje sofre processos por conta do caseiro pedindo indenização por publicarem sem sua autorização seus dados fiscais. Você pode acompanhar melhor o esquema da Editora Globo neste link do @StanleyBurburin http://www.twitlonger.com/show/ahosub
E vale lembrar que a imprensa brasileira comporta-se desta forma por que não é livre. Segundo os próprios, a pobre mídia que sofre com o massacre dos interesses governamentais, está a mercê da frágil liberdade de imprensa que é sempre tolhida. Francamente.
Fonte: Macro ABC
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