Mãe, tenho um mar em mim,
um imenso e tormentoso mar.
Exaurem-me os ventos que açoitam-me,
queima-me o sal das lágrimas que incandescem meu rosto.
Estou exausto e, como é grande o mar!
Não vejo porto, nem ilhas,
nem chuvas
para apagar tanto sal,
nem noites
para aplacar tanto sol,
e parece faltar tanto para chegar...
Nunca procurei porto,
você sabe,
meu porto sempre foi minha âncora
e o resto é caminho,
riso, dor,
amor e mar,
muito amor,
muito amar.
Estou cansado, minha mãe.
Cansado de navegar.
O tempo do samba se foi,
é tempo de descansar.
Coloco minha vida em seu colo.
Coloco em seu oceano meu mar...
Odoiá!
Eruìa, minha Mãe! Odoiá, Mãe Senhora! Salve minha Mãe Iemanjá Ogunté!
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