O juiz que julgou os Orixás...
Um juiz federal aqui no Rio de Janeiro disse que o Candomblé e a Umbanda não são religião, por não ter um livro escrito e por não ter deus. Isso não é juiz e nunca será magistrado. É um fundamentalista religioso. E preguiçoso. Disse não existir "hierarquia", provando desconhecer o que é um babalawo, uma yalorixa, um ogã, um pedigã, uma yalaxé, uma ekedji, um yaô. Não sabe o que são os búzios, os opelês e as parábolas de suas caídas, não sabem quem é Ifá. Nunca ouviu falar na Casa Branca, em Estela de Oxossi, nem em Menininha do Gantois. Queria encontrar um "texto-base", uma "Bíblia", escrito pelo povo yorubano, dahomeano, banto ou nagô. Inculto, e pouco dado ao estudo, não sabe que toda tradição religiosa afro e afro-brasileira é oralística. Hodiernamente (e isso a partir dosúltimos 100, 120 anos), é que pessoas e grupos estão historiando e catalogando a tradição de minha religião. Tirando da oralidade o que podem, menos os verdadeiros mistérios da iniciação, o roncó, os fundamentos que o povo, que não faz parte do povo do santo, que não deu obrigação, não tem mesmo como saber. Para ele não temos também Deus. Ele, que nunca ouviu a língua do povo do santo, a língua dos orixás, a língua falada na costa, nas senzalas e, hoje, nos terreiros, que atravessa milênios, sempre chamou Deus de Olorum, Zâmbi, Orumilá, e outros nomes que não se confundem com Ogum, Oxóssi, Xangô, ou Oxum, que são orixás. Para ele, juiz que não gosta de ler, fora do português, Deus só se for God ou Dio, por ser pronunciado com línguas que a casa grande entende. Mas ele é nada diante da força e do Poder que vem do Orum, e certamente não é nada também para mim, para o Povo do Santo, e muito menos para os Orixás. (David de Oxossi-Paulo R. de A. David)
Um juiz federal aqui no Rio de Janeiro disse que o Candomblé e a Umbanda não são religião, por não ter um livro escrito e por não ter deus. Isso não é juiz e nunca será magistrado. É um fundamentalista religioso. E preguiçoso. Disse não existir "hierarquia", provando desconhecer o que é um babalawo, uma yalorixa, um ogã, um pedigã, uma yalaxé, uma ekedji, um yaô. Não sabe o que são os búzios, os opelês e as parábolas de suas caídas, não sabem quem é Ifá. Nunca ouviu falar na Casa Branca, em Estela de Oxossi, nem em Menininha do Gantois. Queria encontrar um "texto-base", uma "Bíblia", escrito pelo povo yorubano, dahomeano, banto ou nagô. Inculto, e pouco dado ao estudo, não sabe que toda tradição religiosa afro e afro-brasileira é oralística. Hodiernamente (e isso a partir dosúltimos 100, 120 anos), é que pessoas e grupos estão historiando e catalogando a tradição de minha religião. Tirando da oralidade o que podem, menos os verdadeiros mistérios da iniciação, o roncó, os fundamentos que o povo, que não faz parte do povo do santo, que não deu obrigação, não tem mesmo como saber. Para ele não temos também Deus. Ele, que nunca ouviu a língua do povo do santo, a língua dos orixás, a língua falada na costa, nas senzalas e, hoje, nos terreiros, que atravessa milênios, sempre chamou Deus de Olorum, Zâmbi, Orumilá, e outros nomes que não se confundem com Ogum, Oxóssi, Xangô, ou Oxum, que são orixás. Para ele, juiz que não gosta de ler, fora do português, Deus só se for God ou Dio, por ser pronunciado com línguas que a casa grande entende. Mas ele é nada diante da força e do Poder que vem do Orum, e certamente não é nada também para mim, para o Povo do Santo, e muito menos para os Orixás. (David de Oxossi-Paulo R. de A. David)
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