Plantio de maconha em grande escala passa em referendo na Espanha
Roma, 11/04/2012 - A mídia
televisiva, ontem, esteve em peso na Catalunha (Espanha). Mais especificamente
em Rasquera, a primeira cidade espanhola a se declarar irremediavelmente
quebrada financeiramente.
Além de jornalistas de países
da União Europeia em dificuldades econômico-financeiras, e com as bolsas de
valores em queda (a Bolsa de Milão ontem foi a que mais caiu e a mídia italiana
se agitou), estavam presentes em Rasquera, para surpresa geral, enviados
da Coreia do Sul e do mundo árabe — a erva canábica é muito difundida no Líbano.
Vale lembrar que o Marrocos (não o Afeganistão como procuram sustentar por
interesse geopolítico os 007 da CIA) é o maior produtor mundial. Para se ter
ideia, o Produto Interno Bruto do Marrocos (PIB) é dependente da maconha, do
haxixe e do óleo canábico. Levantamentos mostram que 96 mil famílias
marroquinas dedicam-se e dependem economicamente do cultivo da erva. No Vale do
Rif, principal região de produção, são cultivados 120.500 hectares de maconha.
Para a Europa, o Marrocos envia 2.700 toneladas de maconha e derivados.
Com a cidade de Rasquera
quebrada, os moradores pressionaram os seus representantes e saiu, ontem, um
referendo vinculante sobre se admitir o plantio, em grande escala. Isso para
venda destinada ao consumo lúdico-recreativo.
Na madrugada de hoje, já se
comemorava o resultado: 56% de
aprovação. O referendo não foi realizado com base em sonhos e fantasias. Uma
área certa, empregada até agora no plantio de oliva, será destinada ao cultivo canábico.
Mais ainda, já existe cliente
certo para a aquisição da produção da maconha. O comprador será a Associón
Barcelonesa Canábica de Autoconsumo (ABCDA). Uma associação com mais de 5 mil
sócios registrados (maconheiros de carteirinha) que pagam a mensalidade
pontualmente.
A ABCDA já havia assinado
contrato que estava apenas condicionado ao resultado do referendo. Nele existe
cláusula expressa de que, nos primeiros dois anos, serão pagos 1,3 milhões de
euros. De pronto, serão criados 40 postos de trabalho diretos.
O prefeito da cidade catalã de
Rasquera, Bernat Pelissa, trabalhou contra a aprovação do referendo. Ele chegou
a afirmar que renunciaria ao mandato caso fosse aprovado o referendo com um
mínimo de 75% de votos. Ontem, com o resultado proclamado, Pelissa fez discurso
que não renunciaria e a lei referendada por consulta popular seria sancionada.
Pano rápido. A primeira vez em
que se pensou e projetou usar a maconha para sair da crise foi na quebrada
Califórnia. Os traficantes já devem
estar preocupados.
Wálter Fanganiello Maierovitch
Fonte: Terramagazine
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