Um adolescente é morto e uma idosa é ferida por bala perdida
Um adolescente de 15 anos foi morto e uma mulher foi ferida por uma bala perdida, na tarde desta quinta-feira, na Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio. Djanira Sacramento, de 65 anos, foi atingida por um tiro na mão esquerda. A idosa foi internada no Hospital Estadual Getúlio Vargas. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, Djanira está sendo examinada. O garoto foi baleado em um confronto entre bandidos e policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar. O jovem morreu antes de ser socorrido. No local do confronto, os policiais apreenderam duas motocicletas e um carro roubados, além de uma quantidade de droga ainda não especificada pela polícia. Foi o terceiro dia de ocupação da Vila Cruzeiro, e após uma manhã tranqüila, durante a tarde a polícia voltou a trocar tiros com traficantes.
Cerca de 50 policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que não dormiram na favela Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, no Subúrbio do Rio, se deslocaram para a comunidade, no início da manhã desta quinta-feira. Eles saíram da sede do batalhão, em Laranjeiras, para fazer o revezamento com os outros 50 policiais que dormiram na favela. O objetivo é manter a ocupação na comunidade, pelo terceiro dia consecutivo. Na terça-feira, uma operação para cumprir mandados de prisão e destruir barreiras montadas pelo tráfico terminou com dez mortos, sete feridos, entre eles um menino de 12 anos, e 14 presos .
Violência prejudica atendimento na tenda de hidratação
Cerca de 50 moradores e comerciantes da Vila Cruzeiro, fizeram na manhã desta quinta-feira uma manifestação na Avenida Nossa Senhora da Penha. O protesto era para pedir à Light que restabeleça o fornecimento de energia elétrica na comunidade. Segundo os manifestantes, eles estão sem luz há três dias. Oito transformadores foram queimados. Moradores e comerciantes esperam a presença de técnicos da Light no local. A empresa diz que parte do trabalho já foi feito, mas cerca de mil residências ainda estão sem luz. Segundo a Light, os técnicos precisam de segurança para realizar os trabalhos de reparo na comunidade.
Devido à operação da Polícia Militar no Complexo do Alemão o movimento na tenda de hidratação para pacientes com dengue no Parque Ary Barroso, ao lado do Hospital Getúlio Vargas, está reduzido. Na quarta, dezenas de pessoas que trabalhavam ou eram atendidas na tenda viveram momentos de pânico durante o confronto entre policiais e traficantes. Assustados, alguns médicos e enfermeiros que trabalham no local disseram que não retornariam ao trabalho.
Na quarta-feira, policiais do Bope e do 16º BPM (Olaria), trocaram tiros com traficantes da Cruzeiro para cumprir mandados de prisão contra traficantes da área, entre eles Alexander de Jesus Carlos, o Choque, e Fabiano Atanásio da Silva, o FB, acusados de controlar as bocas-de-fumo da área. O comandante do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA), coronel Marcus Jardim, disse, em entrevista à Rádio CBN, que a operação também tinha o objetivo de atender a reclamações de moradores que denunciaram estarem sendo impedidos de buscar socorro para atendimentos aos casos suspeitos de dengue.
- "O primeiro objetivo da operação era atender a algumas pessoas que reclamaram da dificuldade de saírem de suas residências por barreiras e obstáculos físicos impostos pelo tráfico. Sabedora da existência dos marginais da lei que deixam intranqüila as populações de bem, nós realizamos a operação que teve resultado benéfico para a população" - disse o comandante.
Coronel explica polêmica: 'PM é o melhor inseticida contra a dengue'
Segundo Marcus Jardim, moradores denunciaram que obstáculos físicos e barreiras colocadas nas ruas por traficantes, impediam o livre acesso para transportar parentes com sintomas da doença.
Sobre a polêmica frase "A PM é o melhor inseticida contra a dengue. É o 'SBPM': não deixa nenhum mosquito em pé", dita pelo coronel após a operação de ontem, quando nove supostos bandidos foram mortos, seis pessoas ficaram feridas e 14 detidas, Marcus Jardim, explicou:
- Usei este jargão. Acho que temos de promover uma espécie de saneamento deste problema. A PM não entra na favela para matar ninguém, entramos para controlar a situação. Também tivemos policiais com algumas contusões, ontem. A PM está ali para defender. Se nove foram mortos é porque a batalha foi sangrenta e foi difícil. Temos de responder na mesma proporção que os criminosos. A ação é legal, é legitima e a corporação tem que atuar de acordo com os interesses da sociedade e a sociedade quer a polícia à frente dos acontecimentos. Acreditem na PM.
Segundo o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, houve um racha na quadrilha que domina o tráfico de drogas no Complexo do Alemão após o início das obras do PAC, do governo federal. Beltrame, no entanto, não especificou o que teria causado esse racha, e elogiou a operação. Na ação, foram apreendidos cinco pistolas 9mm, três fuzis do início do século 20, uma submetralhadora FMK-3 argentina, uma escopeta, cinco granadas e uma metralhadora .30, usada para atacar helicópteros da polícia, além de munição e drogas. Entre os presos, está um homem acusado de ser o braço direito do chefe do tráfico na região.
Fonte O GLOBO e G1
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