quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Brasil que envergonha











Brasil tem terceiro maior número de presos do mundo, revela CNJ


Rio de Janeiro, 28 set 2010 (EFE) - O Brasil é o terceiro país com maior número de presos no mundo, com 494.598 detentos, atrás apenas de Estados Unidos e China, além de ser um dos com maior superpopulação nos presídios, informou hoje uma fonte oficial.

O número de presos aumentou 37% nos últimos cinco anos, o que representa 133.196 novos detentos, segundo um estudo divulgado hoje pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Do total de presos, 44% corresponde a prisões provisórias de réus que esperam o julgamento na prisão, um volume "excessivo", segundo o órgão.

"O número excessivo de prisões provisórias no Brasil como uma espécie de antecipação da pena é uma realidade que nos preocupa. Os juízes precisam ter mais critério no uso desta medida", declarou o coordenador do departamento de monitoração do sistema carcerário do CNJ, Luciano Losekann, citado em comunicado.

Segundo o estudo, nos presídios brasileiros há 1,65 preso por cada vaga disponível, o pior índice de superpopulação do mundo depois da Bolívia, que tem 1,66 preso por cada vaga em suas prisões.

"A situação nos presídios fez com que o Brasil fosse denunciado a organismos internacionais. Falta uma política penitenciária séria", acrescentou Losekann.

Pela falta de espaço nas penitenciárias, 57.195 presos permanecem detidos em delegacias, "que não contam com a infraestrutura adequada", revela o estudo.

A superpopulação, a falta de conservação e de salubridade das prisões brasileiras são alguns dos motivos que frequentemente levam a motins e revoltas de presos em penitenciárias de todas as regiões do país.

Em 1992, o Complexo Penitenciário do Carandiru, em São Paulo, passou pela pior revolta já registrada no país, com a morte de 111 detentos.

O Carandiru chegou a abrigar cerca de 10 mil presos, o triplo de sua capacidade, em condições precárias. Em 2002, este centro de detenção foi fechado e demolido.

Fonte: EFE

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Grande mídia planeja a "Venezuelização" do Brasil


Grande mídia planeja a "Venezuelização" do Brasil



Alguns dos principais jornais do país estão, há algumas semanas, trabalhando diariamente para imputar ao Presidente Lula a pecha de “ditador” e qualificar a eventual vitoria de Dilma como uma ameaça à democracia. Foi o próprio Serra quem retomou o termo “República Sindicalista”, em reunião com militares no Rio de Janeiro. Agora, o remake de uma antiga propaganda de um periódico de São Paulo insinua comparações entre Lula e Hitler (sic), numa ignóbil peça publicitária que insulta a inteligência dos brasileiros. Cabe lembrar que, no sombrio despertar das ditaduras latino-americanas, golpistas jamais aplicam "golpes". Na pior das hipóteses adotam "medidas extremas para salvar a democracia". O artigo é de Vinicus Wu.


Vinicius Wu

“Ressurge a Democracia! Vive a Nação dias gloriosos“

Trecho do Editorial de “O Globo” de 1 de abril de 1964.

No sombrio despertar das ditaduras latino-americanas, ditadores jamais se apresentaram enquanto tal. Golpistas jamais aplicam “golpes”. Na pior das hipóteses adotam “medidas extremas” para salvaguardar a democracia, a liberdade e, em casos mais graves, o “sagrado” direito à propriedade. Esta foi uma das “inovações” mais bizarras das ditaduras que emergiram no contexto da guerra-fria. Não é por acaso que até hoje, nos círculos saudosistas do regime militar, o golpe que depôs o Presidente eleito João Goulart seja saudado como “Revolução Redentora”.

De acordo com esta narrativa, as prisões, as torturas, o silêncio imposto à livre manifestação do pensamento e a perseguição política não foram mais do que gestos em defesa da “liberdade”. Até aí nada de novo. Porém, deve causar inquietação entre as forças democráticas no Brasil de hoje o ressurgimento desta retórica com uma força perturbadora ao longo das ultimas semanas.

Alguns dos principais jornais do país estão, há algumas semanas, trabalhando diariamente para imputar ao Presidente Lula a pecha de “ditador” e qualificar a eventual vitoria de Dilma como uma ameaça à democracia.

Foi o próprio Serra quem retomou o termo “República Sindicalista”, em reunião com militares no Rio de Janeiro. Agora, o remake de uma antiga propaganda de um periódico de São Paulo insinua comparações entre Lula e Hitler (sic), numa ignóbil peça publicitária que insulta a inteligência dos brasileiros.

Justiça seja feita a um dos mais erráticos colunistas do jornal O Globo, que há alguns dias foi quem lançou a moda de comparar o presidente mais popular da história do país, eleito e reeleito pelo voto direto, ao líder nazista. O mesmo colunista andou reproduzindo um artigo denominado “A solução final” (sic), no qual era apresentada uma tosca análise de um recente pronunciamento do Presidente Lula.

É sim preocupante o movimento, pois, embora não tenha força social e condições políticas de se transformar em um novo golpe, contribui para a emergência de um clima de recrudescimento da luta política no país, que pode ter graves conseqüências para a democracia e um desfecho imprevisível nos próximos anos.

Na verdade, o que buscam é a “venezuelização” do país. Ou seja, trabalham abertamente para a criação de um ambiente político de instabilidade permanente, fragilização das instituições democráticas e deslegitimação do voto popular.

O que está em jogo é o cenário em que se dará a luta política no país no próximo período.

Diante do fato de que a eleição de Dilma parece ter-se tornado um acontecimento praticamente irreversível, a questão passa a ser a definição do cenário em que se dará a luta política ao longo de um eventual governo Dilma. Pretendem inaugurar um ambiente de “crise permanente”, de confronto político aberto entre posições irredutíveis.

A comparação com a Venezuela é inevitável. Afinal, muito se fala por aqui dos erros de Hugo Chávez (em grande medida reais). No entanto, pouco é dito a respeito do comportamento golpista, desrespeitoso e grotesco dos grandes conglomerados de comunicação venezuelanos, que frequentemente chamam o presidente do país de “macaquito”.

Em seu renitente cinismo, os grandes monopólios da comunicação brasileiros alertavam para o “risco” da importação do chavismo por Lula. Agora passam, de fato, a incentivar a “Venezuelização” do Brasil, importando um comportamento golpista e irresponsável, característico da grande mídia venezuelana.

Já que não conseguem derrotar Lula trabalham para criar um ambiente de enfraquecimento da autoridade e da legitimidade social e política daquela que deve ser a próxima presidente do país.

A vitória do amplo diálogo social inaugurado por Lula – um dos elementos chave do sucesso de seu governo – conta com a aversão de determinados setores da grande mídia, que perceberam a centralidade de combater o novo “pacto” social - inaugurado por Lula - em sua estratégia de derrotar o PT a qualquer custo.

À época de Goulart a deslegitimação da democracia fundava-se no argumento de que a fraqueza da democracia estava permitindo a “bolchevização” do país, através da supostas concessões que o governo Goulart fazia ao PCB.

Na época atual, os esforços em favor da mesma deslegitimação visam atingir diretamente a figura do Presidente, identificando-o com o autoritarismo, o paternalismo e o clientelismo. Um grau de irresponsabilidade só compreensível face à enormidade do preconceito que lhes move.

Uma imprensa capaz de comparar um presidente democrata e com enorme popularidade ao criador de uma das maiores tragédias do século XX só pode mesmo estar disposta a tudo para fazer prevalecer sua visão de “democracia”. Estejamos atentos.

Carta Capital

Pauta golpista: 'Folha' pede que se dê "paradeiro" no lulismo



Pauta golpista: 'Folha' pede que se dê "paradeiro" no lulismo


Por Celso Lungaretti

Quando surgiam as mais escabrosas revelações sobre o esquema de corrupção montado por PC Farias, meus colegas de trabalho no Palácio dos Bandeirantes, alguns com décadas de atuação na imprensa governamental, eram unânimes em afirmar que o tesoureiro de Fernando Collor apenas fizera , de forma mais amadoresca, o que todos faziam: "Onde já se viu passar cheques a torto e a direito? Deveria pagar tudo em dinheiro vivo, como o daqui..."

Por conhecer a História deste país e saber muito bem como aquilo que todos fazem foi trunfo importante para os conspiradores que causaram a morte de Getúlio Vargas e derrubaram o governo legítimo de João Goulart, eu reintroduzi no debate político uma velha máxima do Paulo Francis: combate à corrupção é bandeira da direita.

Agora, talvez, a ficha caia para os companheiros que não concordaram comigo quando a bola da vez era Daniel Dantas -- o qual, como PC Farias, apenas dera bandeira ao fazer o que fazem todos os banqueiros (parasitas supremos do capitalismo), pois o maior roubo de todos é a própria fundação do banco, como falou e disse Bertold Brecht.

Agora, foi só ser exposto um dos infinitos esquemas de corrupção existentes no Brasil e a mídia golpista já começou a espalhar sugestões veladas de golpe de estado, como faz a Folha de S. Paulo em seu editorial desta 6ª feira (17):

"Nesta hora em que as pesquisas de intenção de voto apontam para uma vitória acachapante da candidata oficial, mais do que nunca é preciso estabelecer limites e encontrar um paradeiro à ação de um grupo político que se mostra disposto a afrontar garantias democráticas e princípios republicanos de forma recorrente".

Estando a candidata oficial prestes a ser eleita de forma acachapante, qual o paradeiro que se poderá dar à ação do grupo político que o editorialista da Folha qualifica de delinquente contumaz?

Ora, se a afronta à democracia e à república vem sendo recorrente, depreende-se que o Legislativo e o Judiciário não estejam conseguindo encontrar tal paradeiro.

Então, quem será o verdadeiro destinatário da conclamação do jornal da ditabranda? Os fardados, que não têm a missão constitucional de serem instrumento de paradeiro nenhum, mas a direita sempre tenta convencer a agirem como tal?

Os precedentes levam a crer que sim...

De resto, espero que os companheiros de esquerda façam uma rigorosa autocrítica por terem, como eu sempre adverti, levado água para o moinho da direita, ao estimularem as Operações Satiagrahas e Leis da Ficha Limpa da vida, como se fossem meros pequeno-burgueses moralistas.

A posição de revolucionários deve ser sempre inequívoca, incisiva e didática: a corrupção é inerente ao capitalismo, que coloca a ganância e a busca do privilégio acima de todos os outros valores da vida social, então só será extinta quando o próprio capitalismo for extinto.

Estimular ilusões reformistas pode render votos e proporcionar pequenos ganhos políticos, mas implica cumplicidade com o anestesiamento da consciência das massas, ao incutir-lhes a esperança de que meros retoques na fachada salvarão um edifício cujos alicerces estão podres.

"Que suas palavras sejam sempre sim, sim, ou não, não, pois tudo o mais será sugerido pelo demônio", disse um santo medieval.

Fonte Blog do Celso Lungaretti


Comentário de Odemar Leotti

Transcrevo manifestação inflamada e erudita, além de certeira, como sempre, de Odemar Leotti, ao comentar a conjuntura que vivemos, pautado na leitura do texto de Lungaretti, mas não em cítica a ele, ao texto, mas ao que se desenha ideologicamente no pais no embate que vivemos nessa quadra do tempo. O texto-comentário ainda será revisto por Leotti, mas não pude resistir em levar a todos:

"Olha Paulo, a questão do capitalismo se dá á leitura em seu âmbito cultural do que da forma de política a partir do classismo como vejo uma esquerda assanhada e que acaba fazendo coro com a direita. Veja vc o comportamento da esquerda no horário eleitoral: na sanha produzida por teorias fossilizadas e que já custaram caro aos movimentos sociais e políticos fazem coro com a direita e no afã de colocar todos no mesmo saco se acham como fora dele. Ao invés de mostrarem em seus horários eleitorais da necessidade da democracia como forma de luta pela vida, mesmo sabendo de sua forma liberal, se utilizam desse canal para pregar o radicalismo e principalmente para atacar a ala que entendem concorrer com eles. Tudo isso inspirado nas experiências já obsoletas de implantação socialista. Acho que o PT está correto na sua luta por colocar o povo como determinador, mesmo que isso custe mais tempo. Pois sei que o povo pensa e sabe conduzir como está sabendo. É essa sabedoria que causa temor na direita e ela nasce, como disse Tocqueville, quando visitou os E.U.A no século XIX, que o patriotismo lá se dava pelo fato do povo sentir que a pátria se traduzia em seu bem estar. E é por esse povo sentir na pele, ou seja, em algo palpável, que essa pátria começa a ser sua mâe gentil. O povo é prático e isso é uma sabedoria: sem algo palpável não acredita: o clientelismo se utiliza disso e o LULA rompeu com esses dois angulos: da prática nefasta do populismo e das ofertas abstratas que colocam o povo como alienado feito pelos teóricos de esquerda, como bem ilustra o comportamento arrogante do candidato do PCO.

Completando: o que menos os liberais suportam é o liberalismo: portanto o PT está apenas fazendo a regra deles funcionar e é isso que eles tem horror. O governo está apenas fazendo o que eles deveriam fazer e não fizeram: fazer o capitalismo responder aos anseios que criou quando falou que o progresso econômico traria em seu bojo o progresso social e com ele o progresso humano em seu tom emancipatório. Portanto o que o governo encabeçado pelo PT fez foi o mais democrático possível: creditou novo conceito de poder. Não um poder preso à consciência de classe, mas um poder que não se localiza mas se traduz nas formas dos indivíduos se manifestarem politicamente. No que concerne ao momento eleitoral, votam da alhos a bugalhos, ou seja, votam em candidatos da direita à esquerda. É com esse poder daí produzido que se comporão as forças parlamentares e delas a demora das aprovações de leis em favor do próprio povo que os colocaram lá. Portanto LULA tem que conviver com essa multiplicidade de poder e o faz com dignidade e respeito. Veja você que ele compõe seu campo aliado não porque está pelegando como quer a esquerda presa ao modelo ideológico marxista que coloca o conceito unicamente de classes sociais. Respeita a regra do jogo, faz funcionar o que eles nunca conseguiram, nem esquerda sectária nem direita obtusa, ou ambos obtusos e arrogantes. Depois vou ver se transformo isso em um artigo. Não sei farão publicar onde né, mas a gente solta na net pelo menos. Fé no povo que eles sabem muito bem diluir os universais. Abraços do ODEMAR. ”


O plano B da Globo: apoiar Marina no lugar de Serra


Globo desiste de Serra e já diz que só Marina pode derrotar Dilma

Não é de hoje que a grande mídia ataca a estratégia do tucano José Serra para bater Dilma Rousseff e chegar à Presidência da República. Mas, a 14 dias das eleições de 3 de outubro, a sinalização dos jornalões é ainda mais dura: por que lutar para ir ao segundo turno diante da inevitável derrota demo-tucana? Não seria melhor até que Dilma enfrentasse não Serra num turno final, mas, sim, Marina Silva?


Por André Cintra


É o que se pode deduzir da coluna de Merval Perreira publicada neste domingo (19) pelo jornal O Globo. O texto é um choramingo midiático só – mas Merval faz questão de debitar as críticas na conta dos cardeais tucanos. “Os principais líderes do PSDB vivem uma situação paradoxal. Gostariam de ir para o segundo turno para manter a polarização com o PT, mas não acreditam que seja possível vencer”.

Escondendo-se sob essa carapuça dos “principais líderes do PSDB”, O Globo volta a detonar a estratégia de campanha de Serra. O candidato “teria que mudar totalmente os rumos da campanha”, mas, não “se disporá a isso. Ao contrário, se convencerá de que a estratégia do marqueteiro Luiz Gonzales estava correta”.

Os tais próceres do PSDB sustentam até temer um segundo turno. Caso a eleição avance para além de 3 de outubro, as fissuras tucanas podem ficar maiores e incontornáveis. “É previsível que haja no PSDB um movimento para uma comissão partidária assumir o comando da campanha, o que pode gerar uma crise”, escreve Merval.

“Se chegar ao segundo turno mais devido à subida de Marina Silva do que por sua própria força, Serra estará fadado a perder para Dilma a maior parte do eleitorado que escolheu a candidata do Partido Verde no primeiro turno”, acrescenta. Pior: Serra pode ter “menos votos do que o candidato tucano Geraldo Alckmin teve em 2006. Dificilmente atingirá os 42% de votos válidos que o candidato do PSDB obteve naquela eleição, o que o enfraquece como candidato e também dentro do próprio partido”.

Pelo voto útil anti-Dilma

A esta altura, O Globo aventa uma única possibilidade de derrotar Dilma – e essa hipótese não passa mais por Serra. “Para ganhar a eleição da candidata de Lula, a maior chance estaria com Marina Silva, desde que ela mostrasse nessa reta final da eleição capacidade de crescer tirando votos tanto de Dilma quanto de Serra, superando o tucano.” Em outras palavras, O Globo já vê Serra como um defunto eleitoral. Só Marina salva...

“A mais recente pesquisa Datafolha mostra Marina subindo tirando votos de Serra e dos indecisos, mas sem alterar a posição de Dilma, o que não levaria ao segundo turno”, tenta explicar Merval. “Nas condições políticas atuais, o voto útil em Marina pode vir a se transformar em uma arma mais efetiva para derrotar o lulismo do que o voto em Serra. Hoje, nas grandes cidades, há um movimento pró-Marina que pode provocar uma ‘onda verde’ na reta final da eleição.”

Não que estivesse errada a ideia de um presidente “pós-Lula”, e não “anti-Lula”. Só que, na opinião de O Globo, Marina é quem encarna “com mais naturalidade” essa “alternativa” aos eleitores que querem continuidade ao governo. “O que parece a muitos uma fragilidade de sua campanha, pode ser o justo equilíbrio para levá-la a se tornar a opção do eleitor petista que esteja eventualmente desgostoso com os rumos que o governo vem tomando”, especula Merval Pereira.

Nas palavras do colunista, Marina “tem legitimidade para criticar o governo Lula sem se colocar como dissidente”, uma vez que teve “uma história de vida inteira dentro do PT” e foi “ministra do Meio Ambiente na maior parte do governo Lula”. É o fio de esperança para uma mídia que nunca digeriu a dupla Lula-Dilma – e está prestes a engolir mais uma derrota eleitoral.

Fonte: Vermelho

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