terça-feira, 1 de março de 2011

Para promotor, Polícia Federal “esticou a caneta” para incriminar o chefe de polícia


Para promotor, Polícia Federal “esticou a caneta” para incriminar o chefe de polícia




Para Homero Freitas, é exagerado acusar Allan Turnowski de vazar informações. Acusação contra delegada também será enviada para juizado especial

Cecília Ritto, do Rio de Janeiro

“Esticar a caneta, como tentaram esticar, dizendo que ele sabia da operação (Guilhotina) e por isso Afonsinho fugiu é demais”, disse o promotor Homero Freitas Filho

O promotor de Justiça Homero das Neves Freitas Filho criticou o indiciamento do ex-chefe da Polícia Civil do Rio Allan Turnowski, acusado pela Polícia Federal de “violação de sigilo funcional com dano à administração pública”. Para Freitas, “tentaram esticar a caneta” ao atribuir ao delegado uma acusação de vazamento de informação. "Eu não vi vazamento da Operação Guilhotina com prejuízos ao estado”, afirmou, na manhã desta terça-feira, ao site de VEJA.

Allan Turnowski foi acusado pela PF de vazar informações ao telefonar para o inspetor Christiano Fernandes para saber do paradeiro de um preso. Na ocasião, como mostra um grampo telefônico feito com autorização judicial, o ex-chefe da instituição disse ao subordinado: “Fica esperto aí, porque nego na (Polícia) Federal tá dizendo que caiu na escuta, que nego ia vender uma cabeça aí”. “Vender uma cabeça”, no jargão policial do Rio, é libertar um preso mediante pagamento de suborno.

Para a PF, Turnowski revelou a existência da Operação Guilhotina a Christiano, que era um dos investigados na época. Ele também foi acusado de ter ajudado na fuga do pai desse agente, Ricardo Afonso Fernandes, que é chefe de uma milícia em Ramos e está foragido. Para Freitas Filho, não há provas de que Afonsinho, como é chamado, tenha escapado por saber da operação.

“Esticar a caneta, como tentaram esticar, dizendo que ele sabia da operação (Guilhotina) e por isso Afonsinho fugiu é demais”, disse o promotor. Na segunda-feira, Freitas, então responsável pelo Inquérito Policial contra Turnowski, pediu que o caso fosse conduzido por um promotor do 2º Juizado Especial Criminal (Jecrim). No declínio de competência, Freitas Filho ressaltou que a conversa entre Turnowski e o inspetor Christiano Gaspar Fernandes, gravada em novembro de 2010, não causou dano à administração pública. O Jecrim julga crimes de menor potencial ofensivo.

O promotor acredita, no entanto, que pode ter havido prevaricação – por parte de Turnowski – no momento em que o secretário de segurança pública do Rio, José Mariano Beltrame, avisou a ele que policiais civis estariam extorquindo dinheiro de um traficante, durante a operação no conjunto de favelas do Alemão. “O que se questiona é o seguinte: quando Mariano ligou para Turnowski, ele, como chefe de polícia, deveria ter ligado para o cara (Christiano) ou mandado a corregedoria ir ao local para checar se de fato estava ocorrendo um crime? Essa é a discussão interna”, afirma o promotor.

Freitas Filhos informou que a Operação Guilhotina só terá novos desdobramentos caso haja novidades nos depoimentos prestados em juízo. Ainda não estão marcados os depoimentos dos acusados e das testemunhas.

Para o MP, delegada também não vazou informação - O promotor adiantou que o caso da ex-delegada titular da 22ª DP (Penha), Márcia Becker, também será julgado pelo Jecrim. A Polícia Federal a indiciou pelo crime de prevaricação. Segundo relatório da PF, Márcia manteve contato telefônico com o policial Christiano no dia da deflagração da Operação Guilhotina. Na interceptação telefônica, a delegada aceita mentir e dizer que o agente estava de férias ao invés de ordenar que ele se apresentasse à PF.

As declarações de Homero Freitas Filho foram dadas após a cerimônia de premiação do sistema de metas e acompanhamento de resultados, da secretaria estadual de segurança pública. No evento, 11.088 policiais, que integram batalhões e delegacias de áreas onde houve redução de criminalidade, receberam a premiação. Serão gastos cerca de 15 milhões de reais com os prêmios, que variam de 3 mil reais a 1.500 reais. Cabral anunciou que no fim do primeiro semestre deste ano o pagamento vai dobrar.

Os primeiros colocados foram os policiais que servem na área de Ipanema e Copacabana, onde houve maior redução nos índices de criminalidade. Os homicídios dolosos reduziram em 75%, o roubo a veiculo diminuiu 78% e o roubo de rua caiu 44% nos dois bairros.

Fonte Veja.

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