Ação permanente contra os negócios da milícia.
Estado ocupa Campo Grande por tempo indeterminado, com policiais e órgãos públicos.
Rio, 17 de junho de 2009 - Cerca de 350 homens das polícias Civil e Militar, com apoio da Guarda Municipal, do Detro, da Secretaria Municipal de Ordem Pública, da Vigilância Sanitária, da Cedae e da Light, deram início a mutirão social sem prazo para terminar, na maior investida já deflagrada pelo governo do estado para desarticular os negócios de uma das milícias mais violentas do Rio, a Liga da Justiça, da Zona Oeste.
Os alvos principais são depósitos de gás, transporte alternativo irregular e centrais clandestinas de TV a cabo. Numa delas, agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) encontraram duas armas, sete granadas e munição para fuzil e pistola, além de um símbolo do Batman, referência a um dos chefes do grupo, Ricardo Teixeira Cruz, preso mês passado.
A ação desencadeada ontem foi desdobramento da Operação Têmis, que prendeu 45 milicianos semana passada. Segundo o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, a operação deve durar pelo menos 30 dias, mas poderá ser estendida por até 90 dias. O objetivo é garantir serviços básicos às comunidades, que atualmente são ‘oferecidos’ pela milícia. “Queremos que os órgãos e as instituições fiscalizadoras ocupem novamente sua posição na área. O objetivo é que o Detro se estabeleça como órgão fiscalizador, que as distribuidoras de gás se estabeleçam como fornecedoras, que não haja mais espaço para que milícia ou qualquer outra pessoa venha a utilizar este trabalho”, afirma Beltrame, que sobrevoou a região.
Investigada há mais de um ano, a milícia da Liga da Justiça transformou esses serviços num mercado de lucros impressionantes. Segundo cálculos da polícia, chegava a faturar mais de R$ 2 milhões mensais. “Esse é o caminho. Manter a asfixia financeira para fragilizar ainda mais a milícia local”, explica o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski.
Além de três depósitos de gás clandestinos, onde foram apreendidos 435 botijões, e três centrais de gatonet, cinco pessoas foram detidas. Nas ruas, o Detro recolheu 13 vans irregulares; 10 veículos foram lacrados e outros 13 multados. O Detran apreendeu 46 veículos, sendo 17 vans, 13 automóveis e 16 motocicletas.
Último policial civil foragido da ação na semana passada, Raphael Moreira Dias se entregou ontem na Delegacia Antissequestro.
Muleta estava adaptada para atirar
De todas as armas apreendidas ontem, a que mais chamou a atenção do delegado Eduardo Freitas foi a muleta adaptada para disparar tiros de calibre 12: “Ela tem um dispositivo para que possa fazer um disparo por vez”, explicou o diretor da DDSD.
A muleta — um engenhoso dispositivo digno de filmes de agentes secretos — estava em um pequeno paiol da quadrilha. No local havia ainda sete granadas, espingarda e munição. As armas estavam escondidas nos fundos de uma oficina na Rua Carius, próximo à Favela da Carobinha, e onde havia uma central de gatonet.
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