Facções se unem para enfrentar UPPs
RIO, 19 de abril de 2010 - Para enfrentar o bem-sucedido projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nas favelas do Rio, as duas principais facções criminosas da cidade teriam selado um pacto de não agressão. O acordo aconteceu no último sábado, na Favela da Grota, no Complexo do Alemão, unindo bandidos de pelo menos 45 grandes favelas da Região Metropolitana. No encontro, estiveram presentes os traficantes Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, chefe do Complexo do São Carlos; Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, da Favela da Rocinha; Luciano Martiniano da Silva, o Pezão; e Fabiano Atanásio da Silva, o FB - os dois últimos do Complexo do Alemão.
A notícia da reunião movimentou os bastidores da polícia durante toda segunda-feira. Ao menos três fontes da cúpula da Segurança Pública do Rio, ouvidas pelo GLOBO, confirmaram a informação, demonstrando preocupação, mas garantiram que é prematuro fazer qualquer diagnóstico. Eles informaram que as consequências do acordo só poderão ser dimensionadas em dez dias.
- É preciso observar agora como essas quadrilhas irão se movimentar nas favelas. Temos um feriado pela frente e isso nos preocupa. Evidentemente que vamos ficar atentos - disse um dos policiais da cúpula.
Um delegado garantiu que os policiais do Rio tinham informes que apontavam para um suposto acordo entre as duas maiores facções de traficantes. Há três semanas, uma carta atribuída a uma determinada facção foi recolhida em uma das favelas do Complexo do São Carlos, no Estácio. O texto apelava para uma união das facções para enfrentar as ocupações das UPPs. O documento, sem assinatura, estaria circulando nas favelas da Mineira, da Rocinha, do Alemão e de Vila Cruzeiro.
- Teriam ficados de fora do acordo traficantes da favela Vila Pinheiro, no Complexo da Maré; e do Morro do Dendê, na Ilha do Governador - disse um outro policial.
Fonte O Globo Online
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