Polícia Civil admite que milícia vende drogas
Delegado de Campo Grande confirma que grupos já atuam no tráfico
Bombeiros vasculham cemitério clandestino em reduto da milícia em Campo Grande. Com a repressão da polícia, grupos paramilitares agora vendem drogas no bairro.
O titular da delegacia de Campo Grande (35ª DP), na zona oeste do Rio de Janeiro, Luís Cláudio Cruz, afirmou ter informações de que os remanescentes das duas principais milícias que dominavam a região passaram a atuar no tráfico de drogas. Segundo ele, os bandidos passaram a vender entorpecentes em seus redutos.
"- Temos indícios de que os integrantes da milícia estariam migrando para atividades de tráfico.”
No ano passado, o R7 revelou que um acordo feito entre os milicianos e os traficantes fez com que a venda de drogas fosse permitida em dois redutos paramilitares de Campo Grande: as comunidades da Carobinha e do Barbante. Entretanto, a polícia nunca falou oficialmente que as quadrilhas formadas por policiais e ex-policiais comercializam entorpecentes
Cruz não quis divulgar os locais onde os milicianos comercializariam drogas nem de que forma ela é feita sob a alegação de que a investigação é sigilosa. Segundo ele, a iniciativa dos grupos paramilitares de vender entorpecentes é resultado da repressão às quadrilhas nos últimos anos.
Ainda de acordo com Cruz, pelo menos 30 milicianos com mandados de prisão estão sendo procurados atualmente no bairro, muitos deles policiais e ex-policiais. Para preservar as investigações, ele só confirma o nome de um, que é também o mais procurado: o ex-PM Toni Angelo da Silva, integrante da milícia controlada por Batman.
O delegado afirmou, no entanto, que os milicianos não atuam mais de forma organizada. Segundo ele, existe a suspeita de que eles ainda cobrariam para fazer segurança de comerciantes na região.
“- Hoje, não existe grupo hegemônico. Eles estão desestruturados. Agem de forma isolada "– afirmou.
Fonte: Marcelo Bastos e Mario Hugo Monken, do R7 | 02/02/2011 às 13h10
Foto: Severino Silva/Agência O Dia
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