Aumenta número de pessoas mortas em regiões cercadas por favelas no Rio
Rio de Janeiro - As áreas em torno das favelas do Complexo do Alemão, Vigário Geral e outras comunidades da zona norte do Rio tiveram um salto nas estatísticas sobre a violência em 2007. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública do estado, foram 91 assassinatos e 111 mortes sob a alegação resistência - essas são as pessoas mortas pela polícia por supostamente resistirem à prisão.
Os dados, calculados de janeiro a agosto deste ano, mostram que morreram mais pessoas por ação da polícia que de criminosos: uma diferença de 20 mortos. Totalizando em 75 mortes a mais que no ano passado, as estatísticas sugerem que o aumento no número de homicídios se deu por conta das operações policiais iniciadas em maio no Complexo do Alemão.
Segundo o especialista em segurança pública e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) João Trajano, a ação do Estado para combater o tráfico de drogas e a violência não deve ser apenas policial, e sim acompanhada de intervenções sociais. "Não acredito que a ação policial por si própria seja capaz de modificar o quadro de violência e criminalidade da região. O enfrentamento pesado causa muitos transtornos para a população local, muitas mortes causadas por policiais, e não resolve o problema", disse.
A Polícia Militar permanece nos acessos ao Complexo do Alemão há cinco meses, e contam, desde junho, com o apoio da Força Nacional de Segurança Pública. Apesar das operações na região, poucos crimes tiveram redução significativa. Os roubos a residências, a lojas e a pedestres, por exemplo, aumentaram de 2006 para 2007. A assessoria de imprensa da Polícia Militar não quis se pronunciar sobre o assunto.
Fonte: Agência Brasil
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