Casos de violência contra idosos aumentam 40% em cinco anos no Rio
Um estudo do Instituto de Segurança Pública, divulgado nesta segunda-feira no telejornal "RJ TV", revela que, em cinco anos, o número de registros de casos de violência contra quem tem mais de 60 anos cresceu 40%. Essa é a primeira vez que o governo contabiliza os registros de violência contra idosos em todo o estado. Segundo o levantamento feito pelo Instituto de Segurança Pública, foram 29 mil ocorrências em 2002 e 41 mil em 2006.
- Observamos que pode estar havendo uma maior consciência dos idosos sobre seus direitos, o que tem provocado uma demanda maior. Isso é positivo - avalia a presidente do Instituto de Segurança Pública, Ana Paula Miranda.
A Zona Norte do Rio concentra mais da metade dos casos. Em seguida, vem a Zona Oeste. Depois, a Zona Sul. O menor número de ocorrências foi registrado no Centro da cidade.
Ameaça e estelionato são os crimes mais freqüentes. Roubos aparecem em terceiro lugar e, em quarto, lesão corporal.
- Para as fraudes, o golpe e o estelionato, o público idoso é o alvo preferencial, porque muitas vezes acreditam mais nos outros do que pessoas das demais faixas etárias - explica Ana Paula Miranda.
Mas a violência não vem só da rua. A pesquisa revela que mais da metade dos idosos que registraram queixa convivia com o agressor. Era um parente, um amigo ou o próprio companheiro. E nos casos de lesão corporal, a maioria acontecia dentro de casa.
- Dentro de casa, tem filho que bate na mãe, no pai, no avô, na avó. Na rua já vi garotos que agridem os idosos quando eles saem do banco - afirma o aposentado Danilo Augusto.
Segundo a presidente do Instituto de Segurança Pública, a pesquisa é fundamental para orientar novas políticas públicas de segurança e de apoio à população com mais de 60 anos, que cresce a cada dia.
Entre a estrutura existente para tentar diminuir o risco que os idosos correm se destacam o Ministério Público, que tem uma divisão especial para a terceira idade, o Estatuto do Idoso e um atendimento telefônico que permite o encaminhamento de denúncias.
Das últimas 22 ligações recebidas pelo "Ligue-Idoso", 21 estavam relacionadas a denúncias de maus-tratos pela família.
Para a coordenadora do programa da Terceira Idade da Uerj, Sandra Rabello de Farias, a ausência do poder público também é uma forma de violência contra o idoso.
- Podemos considerar, por exemplo, que uma calçada esburacada é uma forma de violência, porque afeta diretamente o idoso. O serviço de saúde sem atenção à terceira idade e até o transporte também são uma violência provocada pelo poder público. Então, políticas públicas devem ser incentivadas nesse sentido.
Quem souber de casos de maus tratos, agressão, roubo, deve entrar em contato com o Ligue-Idoso, 2299-5700, ou com a Delegacia de Atendimento e Proteção ao Idoso pelo 3399-3181 ou 3399-3182.
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