terça-feira, 6 de maio de 2008

DORMINDO COM O INIMIGO?


Secretário-adjunto de Segurança de SP pede demissão.



Lauro Malheiros Neto estaria envolvido em achaques a quadrilha que age nos presídios.

Secretário nega as acusações; ele entregou o cargo nesta tarde.

O secretário-adjunto de Segurança Pública de São Paulo, Lauro Malheiros Neto, pediu demissão nesta terça-feira (6). A informação foi confirmada ao G1 nesta tarde pela Secretaria da Casa Civil (SSP).

Nos últimos dias, o secretário-adjunto vinha sendo apontado como um dos envolvidos em um esquema de achaques e seqüestros de integrantes da quadrilha que age a partir dos presídios paulistas.

Malheiros nega as denúncias. Nesta tarde, a SSP divulgou a carta de demissão (leia a íntegra) do secretário-adjunto. Na nota, ele afirma "preciso deixar o cargo que agora ocupo para poder me dedicar a repelir a ação sórdida das pessoas que me atacam, com interesses criminosos e subalternos e levá-los a responder na Justiça pelas suas calúnias que têm por objetivo a vingança rasteira contra a minha pessoa."

Antes de ser escolhido secretário-adjunto, Lauro Malheiros Neto foi delegado. Ele trabalhou no Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e no Departamento de Investigação sobre o Narcotráfico (Denarc).


Extorsão

O esquema de extorsão de dinheiro dos bandidos foi revelado por escutas telefônicas. Dois investigadores de Suzano, na Grande São Paulo, seriam os responsáveis pelo crime. Eles foram presos nesta quarta-feira (30), em São Paulo, acusados de extorsão e seqüestro.

Na ação mais ousada da dupla, eles teriam mantido em cativeiro, em uma delegacia em Suzano, o enteado de Marcos Camacho, o Marcola, chefe da quadrilha que age nos presídios de São Paulo.

O advogado do investigador Augusto Pena, um dos policiais suspeitos, contesta a prisão temporária do cliente. Ele afirma que, desde quando começaram as investigações, há dois anos, o investigador nunca foi interrogado. "O Augusto nega as acusações. Ele estava tentando produzir provas de sua inocência quando foi preso", diz.


Carta de demissão


"São Paulo, 6 de maio de 2008.

Senhor Governador:

Nos últimos dias fui surpreendido por notícias caluniosas que foram publicadas pela imprensa, procurando me vincular a policiais que são objeto de investigação criminal.
Tais fatos noticiados fazem parte de uma campanha sórdida desfechada contra mim por pessoas que tiveram seus interesses contrariados no exercício da minha atividade de Secretário Adjunto da Segurança Pública.

Quero dizer a V. Exa. que em nenhum momento pratiquei qualquer ato que pudesse desonrar sua administração ou trair a confiança da população paulista e repilo com indignação a tentativa de me envolver em algo que não me diz respeito.

No entanto, como homem público, tenho a plena compreensão de que é impossível neste momento ter a tranqüilidade necessária para continuar a exercer o importante cargo de Secretário de Estado Adjunto da Segurança Pública.

Tal pasta é de essencial importância na vida das pessoas e requer que os seus dirigentes tenham dedicação e foco integrais na condução dos problemas de Estado, o que eu estou impossibilitado de fazer agora, pelas circunstâncias narradas.

Assim, quero dizer que fui honrado pelo convite feito por V.Exa. para ocupar este cargo e pela amizade de muitos anos que tenho pelo Secretário Ronaldo Marzagão.

Entretanto, preciso deixar o cargo que agora ocupo para poder me dedicar a repelir a ação sórdida das pessoas que me atacam, com interesses criminosos e subalternos e levá-los a responder na Justiça pelas suas calúnias que têm por objetivo a vingança rasteira contra a minha pessoa.

Por isso, lamentando não poder continuar a ajudar o honrado governo de V.Exa., peço que seja aceito o pedido de exoneração do meu cargo. Aproveito a oportunidade para reiterar a V.Exa. meu apreço e admiração.



Veja mais:

Escutas mostram como policiais cometiam extorsão

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Fonte: G1

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