UM MAR DE CADÁVERES
Voluntários da Cruz Vermelha vão atuar em favelas do Rio de Janeiro.
RIO - Voluntários da Cruz Vermelha vão atuar em favelas do Rio a partir de junho, de acordo com informação da Agência Estado. Segundo a reportagem, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha considera o número de vítimas de violência na capital fluminense equivalente ao de locais onde há guerra declarada. "A violência urbana é um sério desafio com o qual precisamos lidar" disse o presidente do comitê, Jakob Kellenberger.
Ainda segundo a reportagem, a Polícia Militar do Rio matou oficialmente 1.548 pessoas em 14 meses de governo Sérgio Cabral Filho (PMDB) - de janeiro de 2007 a fevereiro deste ano, último dado divulgado pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Registradas como autos de resistência, as mortes em supostos confrontos atingiram seu maior número no atual governo: 110 por mês, em média. Foram 1.330 mortes em 2007 - o que representa um aumento de 25% em relação a 2006 - e 218 em janeiro e fevereiro deste ano, contra 207 no mesmo período de 2007 (5,31% a mais). No Iraque, foram mortos em confronto 14.235 pessoas em 2007.
A Cruz Vermelha tem como uma de suas missões agir, em caso de guerra, para proteger vítimas civis e militares. Um acordo para atuar no Brasil foi assinado em 2007. Em Genebra, Kellenberger evitou dar detalhes sobre o programa. No Rio, a filial da Cruz Vermelha informou que equipes já foram treinadas, inclusive na Argentina, e que o trabalho deverá começar na segunda quinzena de junho, com pelo menos 30 voluntários. O programa também deverá apoiar presidiários.
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