CONSTATAÇÃO
por Paulo R. de A. David
Como falar das horas penetradas por tua ausência?
Que meu espírito perambula
desperto nas alamedas de nossas lembranças?
Que minha alma vagueia órfã
da música de teus risos, de tuas palavras,
de tua presença que coloca o sol em minha vida?
Como falar da solidão inadmitida e presente,
em que vago pelos labirintos da memória
a procurar teu corpo
na tortura de minhas recordações
enquanto minha alma tateia o nada
a procurar teu sexo?
Como poder exprimir
o pulsar acelerado de meu coração...
e este fogo que me queima e arde,
como se fosse eu o próprio fogo e a chama,
e a luz e o calor que dela emana?
Como posso viver, sem vida?
Como pode a vida viver, sem nós?
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