DE CONTOS E CANTOS
por Paulo David
Hoje eu queria contar um conto bonito.
Um conto que falasse em geleiras imensas de imensas montanhas
e em flores que dançam ao vento
Um conto com cheiro de verde, de chuva e de primavera,
e além de tudo,
que transmitisse muita esperança aos desesperançados
e muita ternura aos carentes.
Queria contar um conto assim: de mãos que se encontram,
de braços em abraços, de sorrisos francos,
e cirandar de crianças em mundos de ingenuidade.
Queria contar um conto sem guerras,
sem ódios acumulados, nem ambição crescente;
que fosse livre de injustiças,
de desamor e descrenças,
sem contudo fugir da realidade.
Queria contar um conto que falasse em lagos azuis
e nos céus do oriente...
e que descrevesse uma viagem ao fundo do mar.
Teria que ter a leveza de nuvens
e a pureza de um conto de fadas,
sem perder no entanto o valor da verdade.
Que fosse esse conto: um recanto de paz;
que tivesse o calor de voz que acalanta
em murmúrio calmo
e cancionar de silêncios siderais.
Que jamais comprometesse a risada cristalina
dos que não têm porque chorar.
Que começasse em festa e terminasse em sonhos.
Que falasse na humildade e no valor da solidariedade humana.
Que ternurasse a alma como a chuva vivifica os campos.
Que transmitisse vida...
Qeria contar um conto que fosse um canto... de amor.
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