Sexta-feira, Dezembro 15, 2006
QUEM SOU
Gosto e sei ouvir. Quando ouço é que aprendo.
Não existe ideal que não seja utópico: na prática, conceitos se misturam.
Nunca prejulgo, nem gosto de ser prejulgado, rotulado, sem a mais ampla defesa.
Sinto pena dos radicais...
Radicalismo é estupidez! Cega!
Sou gato velho e gato velho não erra o pulo...
No mais, sou um homem comum.
Talvez com uma vida incomum, diria. Repleta de momentos e de histórias.
Sou como o oceano, às vezes carinhoso como as espumas que tocam as areias das praias.
Em outras, plena fúria contra obstáculos em meus caminhos.
E com profundezas, com mistérios, com muita vida em meu interior de milhões de anos.Sim, como o oceano e seus mares e marés para contar...
Sou filho de um momento terno entre a Terra e o Sol, amante da Vida e da Poesia e afilhado do Tempo.
O Amor é meu companheiro de viagem, juntamente com a Indignação; ambos são amigos e, mesmo os tendo, não critico seus defeitos, pois amigos a gente aceita como são.
Não tenho pretensão de modificar o mundo, de ser Dom Quixote, mas se puder fazer algo para torná-lo melhor, o farei.
Tenho ao meu lado, como guia, a Liberdade.
O mundo é um caminho regido pelo Destino e sustentado pela Eternidade, por onde ando e encontro pessoas e mestres e em cada dia que passa uma nova lição.
Sou aquele a quem a Vida ama e que ama a Liberdade.
Sou aquele que não se cala. Que nunca se calou.
Nem debaixo do sol ou da chuva.
Nem debaixo de pau.
Quanto mais apanho, mais grito.
Por mim, pelos que a covardia cala. Pelos que não têm voz!
A Luta é para mim estrada e ideal, além de companheira de caminhada.
Só temo temer. Calar diante da covardia. Não levantar a voz ou o punho para lutar contra a injustiça e os covardes.
Odeio tortura e torturadores, chacina e chacinadores, assassinos sejam agentes do estado ou criminosos comuns. São todos da mesma laia: covardes!
Desprezo aqueles que falam sobre coisas que nem sabem o beabá.
Sou um guerreiro e morrerei assim.
As marcas de minha alma e de meu corpo são medalhas.
Os anos duros não me calaram.
Os idiotas de ontem não me calaram.
Os idiotas e covardes de hoje não me calarão...
Só calarei quando encontrar minha derradeira e mais bela namorada: a Morte.
A partir de então... a Vida e a Liberdade falarão por mim!
Amo tudo que vivo e que vivi.
Até minha saudade.
Só nunca consegui deixar de odiar covardes e fanáticos religiosos, em qualquer grau.
Por uns sou odiado, por outros sou amado. Sem meio termo. Não vivo pela metade, nada.
No amanhã, alguns sentirão a ausência de minha voz e de meu perfume.
Mas que esses não se preocupem.
Um dia a gente, certamente, se encontrará por ai. Então perguntarei:
- "O que é a saudade senão a aflição dos sentidos e da alma que se rebelam, em razão da ausência?”
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