sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

NOTURNO



NOTURNO




por Paulo da Vida Athos



Gosto da noite que se aproxima,

de seu silêncio adivinhado,

de seus mistérios e fantasias

e do perfume suave que a brisa

forasteira e fugidia,

rouba da flor ou da mulher que passa.


Gosto do que na noite existe.

Das estrelas,

das luzes das favelas,

dos casais ocultos nas sombras mais pesadas,

dos murmúrios ininteligíveis

e até do bêbedo mal educado,

desbocado,

que as vezes vejo passar.


Gosto de nuvens esbranquiçadas de luar,

de mar anoitecido marulhando nas pedras,

dos ruídos indecifráveis das folhas secas,

soltas ao vento,

empurradas pelas calçadas, pelas ruas,

cancionando solidão sem só

e sem tristeza.


Gosto da noite envolvida em lua,

quando acendo um cigarro,

trago

e expulso a fumaça que se tinge em névoa branca,

antes de se volatizar no espaço.


Gosto das noites calmas,

tinturadas de estrelas,

perfumadas,

sensitivas,

transmissivas,

transitivas...

com o amor transitando em nós!



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2 comentários:

Fátima Pacheco disse...

Paulo - essa poesia é muito bela. Obrigada por ter me oferecido o privilégio de conhecê-la. Um abraço com luz.

Paulo da Vida Athos disse...

Grato por suas delicadas palavras, Fátima. E, parabéns por seu blog. Belíssimos textos!

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