Cerca de 7.500 milicianos atuam na cidade protegidos pelo anonimato; denúncia é do presidente do Sindicato dos Vigilantes do Estado, Fernando Bandeira.
Rio - O número é espantoso: 150 mil pessoas trabalham, no Estado do Rio, como seguranças particulares sem qualquer tipo de registro, protegidos pelo anonimato. Mas o susto não pára por aqui. Além de terem liberdade para agir nas barbas da polícia e, em caso de problemas, fugirem sem serem identificados, parte dos clandestinos que tomam as ruas da cidade – cerca de 7.500 pessoas –, passou a trabalhar para as milícias. Trocando em miúdos, o Rio teria hoje, aproximadamente, o equivalente a um miliciano para cinco PMs – o efetivo da Polícia Militar é de 39 mil homens. A denúncia é do presidente do Sindicato dos Vigilantes do Estado, Fernando Bandeira.
– Temos quase 50 mil vigilantes legalizados, registrados na Polícia Federal, e que a cada dois anos passam por qualificação, treinamento e têm suas fichas corridas checadas – explica Bandeira. – Mas há um batalhão de homens que trabalha de forma irregular, e esse é o grande perigo. Para cada vigilante profissional, existem outros três atuando na clandestinidade. Cerca de 5% deles são informantes de milícias e representam um perigo para toda a sociedade. Já sabemos de alguns casos em Copacabana, Ipanema e Centro da cidade. Eles estão se espalhando por toda parte.
Acordos velados
Segundo ele, muitas empresas estão abrindo mão dos gastos com seguranças legalizados para pagar taxas a milícias locais. Ele lembra ainda o caso de seguranças que trabalhavam de forma ilegal no supermercado Carrefour de Jacarepaguá e que torturam duas mulheres moradoras da Cidade de Deus, que foram acusadas de roubo.
– Temos perseguido os supermercados e grandes lojas que abriram mão do trabalho de vigilância legal – diz Bandeira. – Eles alegam que possuem fiscais de lojas, mas sabemos que os homens agem mesmo como seguranças. O caso do Carrefour foi emblemático e as mulheres foram torturadas na favela. O que há na verdade são acordos velados.
Na avaliação de Bandeira, não é mais possível fechar os olhos para a realidade. É preciso intervir, fazer uma força-tarefa entre Ministério da Justiça e as polícias federal, militar e civil:
– É preciso exigir a legalização desse trabalho, fiscalizar, fichar as pessoas, saber quem são. Não dá para fingir que o problema não existe, fechar os olhos. Não adianta ir para a favela combater a milícia. Isso deve começar nas ruas. Para bandeira, por trás dos coletes escritos Apoio podem estar marginais.
– São os casos onde há um assalto e um pedestre simplesmente reage e mata o bandido. Em todos esses episódios, o pedestre justiceiro sempre acaba fugindo – diz
Fonte JB
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