Juíza manda soldados do Exército saírem do Morro da Providência
Magistrada da 18ª. Vara Federal transfere segurança para Força Nacional.
Pessoal de engenharia pode ficar no local; cabe recurso da União.
A juíza Regina Coeli Medeiros de Carvalho, da 18ª. Vara Federal do Rio de Janeiro, aceitou o pedido da Defensoria Pública da União para a retirada imediata dos soldados do Exército do Morro da Providência, na Zona Portuária do Rio. Em sua decisão, a juíza determina que o pessoal de engenharia do Exército continue trabalhando, mas o patrulhamento deve ser feito pela Força Nacional de Segurança. Como a decisão é de primeira instância, a União pode apresentar recurso.
A polêmica sobre a permanência dos militares na Providência começou quando, no sábado (14), três jovens moradores da favela sumiram e seus corpos foram encontrados no dia seguinte em um lixão, em Caxias, na Baixada Fluminense. Onze militares estão sendo acusados de terem levados os rapazes a traficantes de um morro controlado por traficantes rivais aos da quadrilha da Providência.
A ação civil pública da Defensoria pede a retirada imediata das tropas do Exército, sob pena de multa diária de R$ 10 mil. O pedido é apoiado na Constituição Federal, que “não traz qualquer autorização para o exercício da segurança pública por parte do Exército”.
Ao deferir o pedido, a juíza determina a manutenção do “pessoal técnico-militar colaborador do projeto Cimento Social, impondo-se a imediata substituição dos militares pela Força Nacional de Tarefa, em efetivo suficiente ao resguardo da segurança”. A Advocacia Geral da União deverá cumprir imediatamente a decisão, diz a titular da 18ª. Vara Federal.
O Exército divulgou nota, na terça-feira (17), afirmando que sua ação na favela não é uma operação em prol da segurança pública, portanto não estaria se desviando de suas funções constitucionais.
A nota informa que o Exército participa na comunidade de uma ação subsidiária, que está entre as missões constitucionais atribuídas à Força.
“Estas ações são em apoio a diferentes níveis de governo, por meio de celebração de convênios ou acordos entre seus representantes”, diz o comunicado.
Fonte G1
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