Hurricane: Suspeitos falam em ‘eliminar’ juíza do caso
Gravações da Polícia Federal (PF) relativas à Operação Hurricane, que investiga a máfia dos jogos ilegais, mostra que suspeitos de envolvimento no esquema falaram em “eliminar” a juíza titular da 6ª Vara Federal Criminal Ana Paula Vieira de Carvalho. Ana Paula é responsável pelo depoimento de 24 presos na operação e pela quebra de sigilo telefônico de membros da Justiça investigados no caso.
Nas gravações, um dos suspeitos, preso na operação, afirma a uma mulher que "o negócio é eliminar a Ana Paula de Carvalho", segundo reportagem do jornal O Dia. Os interlocutores não são identificados.
Nas conversas, a mulher diz saber da fama da juíza: "ela é terrível". O homem, por sua vez, reclama por ter sua vida “vasculhada” e propõe mandar Ana Paula "para a Conchinchina". No grampo, ele se mostra incomodado com o pedido de quebra de seu sigilo bancário, feito por Ana Paula, em 2006. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) teria negado a solicitação porque, segundo o homem, um amigo o ajudou no julgamento. Ele ainda afirma que, quando a solicitação chegou ao STJ, foi imediatamente informado.
Através de amigos no STJ, ele descobriu que havia sido pego nas escutas conversando com empresários do ramo dos bingos. Mas ele garante a um interlocutor que essas conversas tratavam apenas de trabalho.
Informação privilegiada – Outras gravações feitas com autorização da Justiça mostram que o ex-vice presidente do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região desembargador José Eduardo Carreira Alvim, preso durante a Operação Hurricane, sabia que estava sendo investigado. Em conversa gravada por grampo instalado em seu gabinete, Carreira diz ao desembargador José Ricardo de Siqueira Regueira, também preso, ter sido informado por uma pessoa do STJ sobre o pedido de quebra do seu sigilo bancário, encaminhado pela juíza Ana Paula.
“Eu fui procurado e me contaram uma sacanagem, que a tal Ana Paula pediu ao STJ a quebra de meu sigilo bancário e o STJ indeferiu”, disse o magistrado, segundo o jornal O Globo. Em seguida, Carreira alega que o pedido foi indeferido “porque Gonçalves é meu amigo”, diz ele. De acordo com a PF, o desembargador referia-se “provavelmente ao ministro Fernando Gonçalves, coordenador-geral da Justiça Federal do STJ”.
Na seqüência da gravação, Carreira diz que, se Ana Paula não fosse titular da vara, mandaria a juíza ao “raio que a parta”. Ele diz ainda que xingava deliberadamente quem o espionava para mostrar que já sabia dos grampos em seus telefones. A PF não informa se Carreira aparece nas duas gravações, apesar da coincidência dos assuntos tratados.
No sábado, o ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a soltura de três desembargadores e do procurador regional da República que estavam presos na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília – entre eles Carreira Alvim e Regueira.
Fonte Veja on line
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